terça-feira, 14 de maio de 2019

NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA, PROPOSTA DA EMÍLIA FERREIRO

NIVEIS DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA, PROPOSTA DA EMÍLIA FERREIRO

1ª Fase PRÉ – SILÁBICA:

As partes da escrita não correspondem às partes do nome. Fase gráfica primitiva – símbolos e pseudoletras, misturadas com letras e números. Os alunos escrevem letras, bolinhas e números, como se soubessem escrever, sem uma preocupação com as propriedades sonoras da escrita. Nesse nível o aluno explora tanto critérios qualitativos (varia o repertório das letras ou a posição das mesmas, sem alterar a quantidade) ou critérios quantitativos (varia a quantidade de letras de uma escrita para outra, sem preocupação com as propriedades sonoras). Para eles a leitura e a escrita só são possíveis se houver muitas letras (mais de 3 ou 4) e, letras diferentes e variadas. Sabe que a escrita é uma forma de representação. Pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números e desenhos. Não compreende que a escrita é a representação da fala. Organiza as letras em quantidade (mínimo e máximo de letras para ler). Vai direto para o significado, sem passar para a sonora. Variação de letras – BLSIK – elefante. Relaciona o tamanho da palavra com o tamanho do objeto (Realismo nominal).

2ª Fase SILÁBICA:

É a descoberta de que a quantidade de letras com que vai escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantidade de partes que se reconhece na emissão oral. “Pedaços sonoros”, essas partes são as sílabas em geral, o aluno faz corresponder uma grafia a cada sílaba. Inicia-se assim o período silábico, que evolui até chegar a uma exigência rigorosa. O aluno já aceita palavras com uma ou duas letras. Esse nível representa um salto qualitativo do aluno, que supera a etapa da correspondência global entre a forma escrita e a expressão oral atribuída. Esta fase desdobra-se em duas:

a)    Silábica SEM valor sonoro: ainda não faz relação do som com a grafia da letra que utiliza. A escrita ainda não é percebida como representação da fala. Usa uma letra para representar cada sílaba, sem se preocupar com o valor sonoro. Exemplo: macaco – BPS ou cavalo – BUP.

b)    Silábica COM valor sonoro: a escrita começa a representar a fala. Percebe a relação de som com a grafia. Escreve uma letra para cada sílaba. Exemplo: pato – AO (valor sonoro só nas vogais) ou pato – PT (só nas consoantes).

3ª Fase SILÁBICA – ALFABÉTICA:

Nesse nível existem duas formas de correspondência entre sons e grafia: silábica (sílaba é o som produzido por uma só emissão de voz) e alfabética (análise fonética e/ou análise dos fonemas, que são os elementos sonoros da linguagem e têm nas letras o seu correspondente). O aluno escreve parte da palavra aplicando a hipótese silábica, de que para escrever uma sílaba é necessário apenas uma letra. Costuma usar somente vogais, porque combina com uma porção de palavras, mas para eles em uma palavra, não pode repetir a mesma letra duas ou mais vezes numa escrita, pois assim o resultado será algo “não legível”. Nesse nível, o aluno já começa a acrescentar letras na primeira sílaba. Este tipo de escrita tem sido considerado tradicionalmente como “omissão de letras”. É verdade que do ponto de vista da escrita adulta convencional, faltam algumas letras, mas do ponto de vista do sujeito em desenvolvimento – o aluno, este tipo de escrita é “acréscimo de letra”, porque está introduzindo mais letras que sua análise silábica previa. O período silábico- alfabético marca a transição entre os esquemas prévios a serem abandonados e os esquemas futuros que serão construídos. Começam então, a descobrir que a sílaba pode ser escrita com uma, duas, três ou mais letras que o som não garante a identidade de letras, nem a identidade de letras a de sons, partindo assim para o nível alfabético. Apresenta escrita algumas vezes com sílabas completas e outras incompletas. Alterna escrita silábica com alfabética. Exemplo: Tiago – TIAO; cavalo – KVAO; camelo – CAMU; tomate – TOMT.

4ª Fase ALFABÉTICA:

Caracteriza – se pela correspondência pelo fonema e grafias. Geralmente os alunos já conseguem ler e expressar graficamente o que pensa ou fala. Compreende a logicidade da base alfabética da escrita. Nesse nível, têm a distinção de letra e sílaba, palavra e frase. A análise se aprimora e é possível a compreensão de que uma sílaba pode ter uma, duas ou três letras, mas ainda se confunde, ou se esquece de algumas letras. Muitas vezes centra sua escrita na sílaba, perdendo a noção do todo. Portanto o trabalho com sílabas dá um apoio para a escrita e possibilita uma conscientização do processo. A análise se aprimora e é possível a compreensão de que uma sílaba pode ter uma, duas ou três letras. Faz correspondência entre fonemas (som) e grafemas (letras). Ainda não domina as normas ortográficas da língua. Escreve como fala. Exemplos: camelo – KAMELO; tomate – TUMATI; G+A= ga e T+O= to GATO.

5ª Fase ALFABÉTICA – ORTOGRÁFICA:

Faz a correspondência entre letras e grafemas. Amplia o conhecimento sobre as normas ortográficas. Faz a correção do seu próprio texto. Exemplo: jardim – JARDIN; correio – CORREO; cabeça – CABESA; isso – ISO.


Fonte: Curso realizado na EE Lucy Requião de Mello e Silva, modalidade especial, distribuído pela equipe pedagógica da escola citad

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