sábado, 29 de outubro de 2011

transtornos globais do desenvolvimento

F84 Transtornos globais do desenvolvimento


Grupo de transtornos caracterizados por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, em todas as ocasiões.

Usar código adicional, se necessário, para identificar uma afecção médica associada e o retardo mental.

F84.0 Autismo infantil

Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).

Autismo
î
infantil
Psicose
ì

Síndrome de Kanner

Transtorno autístico

Exclui:

psicopatia autista (F84.5)

F84.1 Autismo atípico

Transtorno global do desenvolvimento, ocorrendo após a idade de três anos ou que não responde a todos os três grupos de critérios diagnósticos do autismo infantil. Esta categoria deve ser utilizada para classificar um desenvolvimento anormal ou alterado, aparecendo após a idade de três anos, e não apresentando manifestações patológicas suficientes em um ou dois dos três domínios psicopatológicos (interações sociais recíprocas, comunicação, comportamentos limitados, estereotipados ou repetitivos) implicados no autismo infantil; existem sempre anomalias características em um ou em vários destes domínios. O autismo atípico ocorre habitualmente em crianças que apresentam um retardo mental profundo ou um transtorno específico grave do desenvolvimento de linguagem do tipo receptivo.

Psicose infantil atípica

Retardo mental com características autísticas

Usar código adicional (F70-F79), se necessário, para identificar o retardo mental.

F84.2 Síndrome de Rett

Transtorno descrito até o momento unicamente em meninas, caracterizado por um desenvolvimento inicial aparentemente normal, seguido de uma perda parcial ou completa de linguagem, da marcha e do uso das mãos, associado a um retardo do desenvolvimento craniano e ocorrendo habitualmente entre 7 e 24 meses. A perda dos movimentos propositais das mãos, a torsão estereotipada das mãos e a hiperventilação são características deste transtorno. O desenvolvimento social e o desenvolvimento lúdico estão detidos enquanto o interesse social continua em geral conservado. A partir da idade de quatro anos manifesta-se uma ataxia do tronco e uma apraxia, seguidas freqüentemente por movimentos coreoatetósicos. O transtorno leva quase sempre a um retardo mental grave.

F84.3 Outro transtorno desintegrativo da infância

Transtorno global do desenvolvimento caracterizado pela presença de um período de desenvolvimento completamente normal antes da ocorrência do transtorno, sendo que este período é seguido de uma perda manifesta dos habilidades anteriormente adquiridas em vários domínios do desenvolvimento no período de alguns meses. Estas manifestações se acompanham tipicamente de uma perda global do interesse com relação ao ambiente, condutas motoras estereotipadas, repetitivas e maneirismos e de uma alteração do tipo autístico da interação social e da comunicação. Em alguns casos, a ocorrência do transtorno pode ser relacionada com uma encefalopatia; o diagnóstico, contudo, deve tomar por base as evidências de anomalias do comportamento.

Demência infantil

Psicose:

· desintegrativa

· simbiótica

Síndrome de Heller

Usar código adicional, se necessário, para identificar a afecção neurológica associada.

Exclui:

síndrome de Rett (F84.2)

F84.4 Transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados

Transtorno mal definido cuja validade nosológica permanece incerta. Esta categoria se relaciona a crianças com retardo mental grave (QI abaixo de 34) associado à hiperatividade importante, grande perturbação da atenção e comportamentos estereotipados. Os medicamentos estimulantes são habitualmente ineficazes (diferentemente daquelas com QI dentro dos limites normais) e podem provocar uma reação disfórica grave (acompanhada por vezes de um retardo psicomotor). Na adolescência, a hiperatividade dá lugar em geral a uma hipoatividade (o que não é habitualmente o caso de crianças hipercinéticas de inteligência normal). Esta síndrome se acompanha, além disto, com freqüência, de diversos retardos do desenvolvimento, específicos ou globais. Não se sabe em que medida a síndrome comportamental é a conseqüência do retardo mental ou de uma lesão cerebral orgânica.

F84.5 Síndrome de Asperger

Transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado por uma alteração qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhante à observada no autismo, com um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Ele se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de um retardo ou de uma deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este transtorno são em geral muito desajeitados. As anomalias persistem freqüentemente na adolescência e idade adulta. O transtorno se acompanha por vezes de episódios psicóticos no início da idade adulta.

Psicopatia autística

Transtorno esquizóide da infância

F84.8 Outros transtornos globais do desenvolvimento

F84.9 Transtornos globais não especificados do desenvolvimento



Fonte: CID 10

Trabalho para 4º ano

Língua Portuguesa (Leitura, Escrita e Comunicação Oral)




Expectativas de Aprendizagem


É pela linguagem que as pessoas expressam idéias, pensamentos e intenções, estabelecem relações interpessoais, se influenciam umas às outras, alterando suas representações da realidade, da sociedade e o rumo de suas ações. É pela linguagem também que se constroem quadros de referência culturais – representações, mitos, conhecimento científico, arte, concepções e ideologias.

Interagir pela linguagem significa realizar uma atividade discursiva: dizer alguma coisa a alguém, de determinada forma, em certo contexto histórico e circunstâncias de interlocução.

É nas práticas sociais, em situações lingüisticamente significativas, que se dão a expansão da capacidade de uso da linguagem e a construção ativa de novas capacidades, que possibilitam o domínio cada vez maior de diferentes padrões de fala e de escrita. O ensino de Língua Portuguesa, dessa forma, deve se dar num espaço em que as práticas de uso da linguagem sejam compreendidas em sua dimensão histórica e em que a necessidade de análise e sistematização teórica dos conhecimentos lingüísticos decorra dessas mesmas práticas. Entretanto, as práticas de linguagem que ocorrem no espaço escolar diferem das demais porque deve, necessariamente, tomar a linguagem como objeto de reflexão, de maneira explícita e organizada, de modo a construir, progressivamente, categorias explicativas de seu funcionamento que permitirão aos estudantes o desenvolvimento da competência discursiva para falar, escutar, ler e escrever nas diversas situações de interação.



Objetivos gerais de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental



Em decorrência dessa concepção de linguagem e de ensino e aprendizagem, em Língua Portuguesa, espera-se que, nos diferentes anos do Ensino Fundamental, o estudante amplie o domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando as possibilidades de participação social no exercício da cidadania.



Para tanto, a escola deverá organizar um conjunto de atividades que, progressivamente, assegure ao estudante:



Utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e



1. produção de textos escritos, de modo a atender a múltiplas demandas sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos.



2. Utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade, operando sobre as representações construídas em várias áreas do conhecimento:



a. sabendo como proceder para ter acesso às informações contidas nos textos, compreendê- las e fazer uso delas, reconstruindo o modo pelo qual se organizam em sistemas coerentes;



b. sendo capaz de operar sobre o conteúdo representacional dos textos, identificando aspectos relevantes, organizando notas, esquemas etc.;



c. aumentando e aprofundando seus esquemas cognitivos por meio da ampliação do léxico e de suas respectivas redes semânticas.



3. Analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos:



a. contrapondo sua interpretação da realidade a diferentes opiniões;



b. inferindo as possíveis intenções do autor marcadas no texto;



c. identificando referências intertextuais presentes no texto;



d. identificando e repensando juízos de valor, tanto socioideológicos (preconceituosos ou não) quanto histórico-culturais (inclusive estéticos), associados à linguagem e à língua;



e. Reafirmando sua identidade pessoal e social.



4. Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise lingüística para expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica.



5. Integrar uma comunidade de leitores, compartilhando diferentes práticas cul-turais de leitura e escrita;



6. Adequar seu discurso às diferentes situa¬ções de comunicação oral, considerando o contexto e os interlocutores;



7. Ler diferentes textos, adequando a moda¬lidade de leitura a diferentes propósitos e às características dos diversos gêneros;



8. Escrever diferentes textos, selecionando os gêneros adequados a diferentes situações comunicativas, intenções e interlocutores.



Objetivos específicos de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental



Ao final do 4º ano, o aluno, deverá ser capaz de:



• PARTICIPAR DE SITUAÇÕES DE INTERCÂMBIO ORAL QUE REQUEIRAM: ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto tratado, for¬mular e responder perguntas justifican¬do suas respostas, explicar e compre¬ender explicações, manifestar e acolher opiniões, fazer colocações considerando as falas anteriores;



• APRECIAR TEXTOS LITERÁRIOS - Leitura diária, para os alunos, de contos, lendas, mitos e livros de história em ca¬pítulos de forma a repertoriá-los ao mes¬mo tempo em que se familiarizam com a linguagem que se usa para escrever, condição para que possam produzir seus próprios textos. - Rodas de leitores em que os alunos pos¬sam compartilhar opiniões sobre os livros e textos lidos (favoráveis ou desfavorá-veis) e indicá-los (ou não) aos colegas.



-Montar um acervo de classe com livros de boa qualidade literária para uso dos alunos: tanto em sala de aula como para empréstimo. É a partir deste acer¬vo que podem realizar as rodas de lei¬tores.



• SELECIONAR, EM PARCERIA, TEXTOS EM DIFE¬RENTES FONTES PARA BUSCA DE INFORMAÇÕES - Montar um acervo de classe com jornais, revistas, enciclopédias, textos informati¬vos copiados da internet, que sirvam como fontes de informação, como ma¬teriais de estudo e ampliação do conhe¬cimento, ensinando os alunos a utilizar e manuseá-los. Este acervo deve ser reno¬vado em função dos projetos desenvol¬vidos na classe.



• LOCALIZAR, EM PARCERIA, INFORMAÇÕES NOS TEXTOS, apoiando-se em títulos, subtítu¬los, imagens, negritos, e selecionar as que são relevantes, utilizando procedi¬mentos de estudo como: copiar a infor¬mação que interessa grifar, fazer ano-tações (em enciclopédias, informações veiculadas pela internet e revistas);



• AJUSTAR A MODALIDADE DE LEITURA AO PROPÓ¬SITO E AO GÊNERO - Leitura, pelos alunos, de diferentes gê¬neros textuais (em todas as séries do Ci¬clo) para dotá-los de um conhecimento procedimental sobre a forma e o modo de funcionamento de parte da variedade de gêneros que existem fora da escola. Isto é, conhecerem sua forma e saberem quando e como usá-los. - Atividades em que os alunos consultem fontes em diferentes suportes (jornal, re¬vista, enciclopédia, etc.) para aprender a buscar informações. - Montar um acervo de classe com jornais, revistas, enciclopédias, textos informati¬vos copiados da internet, que sirvam como fontes de informação, como ma¬teriais de estudo e ampliação do conhe¬cimento, ensinando os alunos a utilizar e manuseá-los. Este acervo deve ser reno¬vado em função dos projetos desenvol¬vidos na classe. - Atividades de leitura com diferentes propósitos (para se divertir, se informar sobre um assunto, localizar uma infor¬mação específica, para realizar algo), propiciando que os alunos aprendam os procedimentos adequados aos propósi¬tos e gêneros.



• REESCREVER E/OU PRODUZIR TEXTOS DE AUTO¬RIA, COM APOIO DO PROFESSOR, UTILIZANDO PROCEDIMENTOS DE ESCRITOR: planejar o que vai escrever considerando a inten¬cionalidade, o interlocutor, o portador e as características do gênero; fazer rascu¬nhos; reler o que está escrevendo, tan¬to para controlar a progressão temática quanto para melhorar outros aspectos – discursivos ou notacionais – do texto;



• REVISAR TEXTOS (PRÓPRIOS E DE OUTROS), co¬letivamente, com a ajuda do professor ou em parceria com colegas, do ponto de vista da coerência e da coesão, consi¬derando o leitor;



• REVISAR – COLETIVAMENTE, COM AJUDA DO PROFESSOR – textos (próprios e de outros), do ponto de vista ortográfico.


Matemática



Expectativas de Aprendizagem

Ao pensar os processos de ensino e de aprendizagem é preciso considerar três vari¬áveis fundamentais e as necessárias relações que se estabelecem entre elas: aluno, profes¬sor e conhecimento matemático.

Na perspectiva aqui adotada, caberá ao professor ser o mediador entre o conhecimento matemático e o aluno e para isso ele precisará:

• pautar-se pela concepção do conheci¬mento matemático como ciência viva, aberta à incorporação de novos conhe¬cimentos;

• conhecer os conceitos e procedimentos que se pretende ensinar;

• conhecer os procedimentos da didática da Matemática, que transforma o co-nhecimento matemático formalizado em conhecimento escolar que pode ser compreendido pelo aluno.

É preciso considerar os obstáculos en¬volvidos na construção dos conceitos mate¬máticos para que se possa compreender como acontece sua aprendizagem pelos alunos.

Sabemos que os obstáculos não estão presentes somente na complexidade dos con¬teúdos, são determinados também pelas ca¬racterísticas cognitivas, sociais e culturais de quem aprende.

A contextualização dos conhecimen¬tos ajuda os alunos a torná-los mais significati¬vos estabelecendo relações com suas vivências cotidianas, atribuindo-lhes sentido. Porém, é preciso também promover a sua descontextu¬alização, garantindo que possam observar re¬gularidades, buscar generalizar e transferir tais conhecimentos a outros contextos, pois um conhecimento só se torna pleno quando puder ser aplicado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem.

O estabelecimento de conexões é fun¬damental para que os alunos compreendam os conteúdos matemáticos e contribui para o desenvolvimento da capacidade de resol¬ver problemas.

Se, nas relações entre professor, aluno e o conhecimento matemático o professor é um mediador, organizador e consultor, cabe ao aluno o papel de agente da construção do conhecimento.

Essa concepção se contrapõe à idéia de que o que cabe ao professor é transmitir os conteúdos por meio de explicações, exem¬plos e demonstrações seguidas de exercícios de fixação.

O aluno é agente da construção de seu conhe¬cimento quando, numa situação de resolução de problemas, ele é estimulado a estabelecer conexões entre os conhecimentos já construí¬dos e os que precisa aprender.

Também é importante observar que acontece aprendizagem na interação entre alu¬nos. A cooperação entre pares, na busca de so¬luções, o esforço em explicitar o pensamento e compreender o do outro, favorecem a reestru¬turação e ampliação do próprio pensamento.

Objetivos gerais do ensino da Matemática

O ensino da Matemática deve garantir que, os alunos se tor¬nem capazes de:

• Compreender que os conhecimentos matemáticos são meios para entender a realidade.

• Utilizar os conhecimentos matemáti¬cos para investigar e responder a ques¬tões elaboradas a partir de sua própria curiosidade.

• Observar aspectos quantitativos e quali¬tativos presentes em diferentes situações e estabelecer relações entre eles, utili¬zando conhecimentos relacionados aos números, às operações, às medidas, ao espaço e às formas, ao tratamento das informações.

• Resolver situações-problema a partir da interpretação de enunciados orais e es¬critos, desenvolvendo procedimentos para planejar, executar e checar soluções (formular hipóteses, fazer tentativas ou simulações), para comunicar resultados e compará-los com outros, validando ou não os procedimentos e as soluções en¬contradas.

• Comunicar-se matematicamente apre¬sentando resultados precisos, argumen¬tar sobre suas hipóteses, fazendo uso da linguagem oral e de representações matemáticas e estabelecendo relações entre elas.

• Sentir-se seguro para construir conheci¬mentos matemáticos, incentivando sem¬pre os alunos na busca de soluções.

• Interagir com seus pares de forma coo¬perativa na busca de soluções para situa¬ções-problema, respeitando seus modos de pensar e aprendendo com eles.

Objetivos específicos do ensino da Matemática

Ao final do 4º ano, os alunos deverão ser capazes de:

Conteúdos Habilidade

Número - Contar em escalas ascendentes e descendentes a partir de qualquer número natural dado.

- Reconhecer números naturais e números racionais no contexto diário.

- Ler números racionais de uso freqüente na representação fracionária e decimal.

- Reconhecer as regras do sistema de numeração decimal.

Operações Interpretar e resolver situações-problema, compreendendo diferentes significados das operações envolvendo números naturais.

- Construir fatos básicos da multiplicação (por 6, por 7, por 8 e por 9) a partir de situações-problema para constituição de um repertório a ser utilizado no cálculo.

- Utilizar a decomposição das escritas numéricas para a realização de cálculos que envolvem a multiplicação.

- Utilizar a decomposição das escritas numéricas para a realização de cálculos que envolvem a divisão.

- Calcular o resultado de operações com os números naturais por meio de estratégias pessoais e pelo uso de técnicas operatórias convencionais.

Espaço e forma - Interpretar no plano a posição de uma pessoa ou objeto.

- Representar no plano a movimentação de uma pessoa ou objeto.

- Reconhecer semelhanças e diferenças entre corpos redondos (esfera, cone e o cilindro).

- Reconhecer semelhanças e diferenças entre poliedros (prismas e pirâmides) e identificar elementos como faces, vértices e arestas.

- Explorar planificações de figuras tridimensionais.

- Identificar figuras poligonais e circulares nas superfícies planas das figuras tridimensionais.

Grandezas e medidas - Reconhecer as unidades usuais de medida (metro, centímetro, quilômetro, grama, miligrama, quilograma, litro, mililitro).

- Utilizar em situações-problema unidades usuais de medida (metro, centímetro, quilômetro, grama, miligrama, quilograma, litro, mililitro).

- Utilizar unidades usuais de temperatura em situações-problema.

- Utilizar medidas de tempo (dias e semanas, horas e dias, semanas e meses).

- Utilizar o sistema monetário brasileiro em situações-problema.

- Estabelecer relações entre unidades usuais de medida de uma mesma grandeza (metro e centímetro, metro e quilômetro, litro e mililitro, grama e quilograma).

- Calcular o perímetro e a área de figuras planas.

Tratamento da informação - Resolver situações-problema com dados apresentados de maneira organizada por meio de tabelas simples e gráficos de colunas.

- Interpretar gráficos e tabelas com base em informações contidas em textos jornalísticos, científicos ou outros.

Orientações didáticas para o ensino da Matemática

(O trecho que se segue reproduz inte¬gralmente as Orientações Didáticas publica¬das pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo)

As orientações que seguem têm como objetivo contribuir no planejamento de situa-ções didáticas que favoreçam a concretização das expectativas de aprendizagem apontadas neste documento.

Números, sistema de numeração e operações

• Rodas de contagem que estimulem os alunos a buscarem estratégias que facili¬tem a identificação de quantidades.

• Formar coleções com diferentes objetos, como: adesivos, lacres de alumínio, mi-niaturas, bolinha de gude, figurinhas, contribui de forma significativa para que os alunos contem todos os elementos, mantendo a ordem ao enunciar os no¬mes dos números e observando que o último número corresponde ao total de objetos da coleção.

• Situações envolvendo números para que os alunos possam identificar a fun¬ção que eles desempenham naquele contexto: números para quantificar, nú¬meros para ordenar, entre outros.

• Construção de fichas de identificação de cada aluno contendo números que indi¬cam diferentes aspectos, por exemplo: idade, peso, altura, número de pessoas que moram na mesma casa, datas de nascimentos, número de animais que possui, entre outros. Proporcionar um espaço onde as crianças possam trocar as fichas e ler e interpretar as informa¬ções numéricas.

• Atividades de comparação de quantida¬des entre duas coleções, verificando se possuem o mesmo número de elemen¬tos, ou se possuem mais ou menos, uti¬lizando para isso diferentes estratégias: correspondência um a um e estimativas.

• Situar pessoas ou objetos numa lista or¬denada, por exemplo: ordenar uma se¬qüência de fatos, identificarem a posição de um jogador numa situação de jogo.

• Jogos de trilha para indicar avanços e recuos numa pista numerada. Jogos de trocas para estabelecer equivalência en¬tre valores de moedas e cédulas.

• Construção e análise de cartazes e qua¬dros numéricos que favoreçam a iden¬tificação da seqüência numérica, como, por exemplo, o calendário.

• Elaboração de cartazes com números re¬cortados de jornais e revistas para que os alunos possam comparar e ordenar números.

• Registro e observação dos números das ruas: onde começa, onde termina a nu-meração de um lado é igual à do outro. E como se dá a numeração entre uma casa e outra, ela é ou não seqüencial, levantamento do número da casa dos alunos.

• Atividades para compreender que os nú¬meros podem ser utilizados em diferen¬tes contextos como, por exemplo:

Complete o texto utilizando números que mais se adequarem ao contexto.

“No dia ____ do mês ____________ do ano _______começou o campeonato es-portivo da nossa escola. Foram____ dias de campeonato com ___ modalidades esportivas. Participaram do evento ____ equipes masculinas e ____equipes fe¬mininas. Os ____ alunos da nossa turma fizeram bonito no campeonato, o grupo dos meninos ganhou ___jogos e o gru¬po das meninas ganhou ___ jogos. O encerramento do campeonato foi uma festa linda, aberta para os pais e para a comunidade, da qual participaram mais de ____ pessoas.”

• Atividades que façam uso de cédulas e moedas, ábaco e calculadoras.

Números

Reconhecer e utilizar números naturais no contexto diário.

Compreender e utilizar as regras do sistema de numeração decimal, para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais de qualquer ordem de grandeza.

Contar em escalas ascendentes e descendentes a partir de qualquer número natural dado.

Resolver situações-problema em que é necessário fazer estimativas ou arredondamentos de números naturais (cálculos aproximados).

Reconhecer e utilizar números racionais no contexto diário.

Explorar diferentes significados das frações em situações-problema (parte-todo e quociente).

Ler e escrever números racionais, de uso freqüente no cotidiano, representados na forma decimal ou fracionária.

Comparar e ordenar números racionais de uso freqüente, na representação decimal.

Observar as regras do sistema de numeração decimal para compreensão, leitura e representação dos números racionais na forma decimal.

Operações

Analisar, interpretar, formular e resolver situações-problema, compreendendo diferentes significados das operações envolvendo números naturais.

Determinar o resultado da multiplicação de números de 0 a 9 por 6, 7, 8 e 9, em situações-problema e identificar regularidades que permitam sua memorização.

Identificar e utilizar regularidades para multiplicar ou dividir um número por 10, por 100 e por 1.000.

Construir fatos básicos da divisão a partir de situações-problema, para constituição de um repertório a ser utilizado no cálculo.

Utilizar a decomposição das escritas numéricas e a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição, para a realização de cálculos que envolvem a multiplicação e a divisão.

Calcular o resultado de operações de números naturais por meio de estratégias pessoais e pelo uso de técnicas operatórias convencionais.

Utilizar estratégias de verificação e controle de resultados pelo uso do cálculo mental e da calculadora.



Atividades de cálculo:

• Uso da calculadora em situações de cál¬culo, por exemplo: Pedir aos alunos que digitem um núme¬ro. Em seguida perguntar como se pode, a partir dele, obter o número 80, usando a calculadora.

• Identificação de resultados de cálculos usando estimativas:

“Assinale a resposta que indica o inter¬valo em que se encontra o resultado da soma entre 750 e 230.”

a) entre 1.000 e 1.100

b) entre 900 e 1.000

c) entre 800 e 900

• Análise de situações de cálculo para identificar a operação realizada e tes¬tar hipóteses usando a calculadora, por exemplo:

“Os números envolvidos no cálculo são 250 e 5, o resultado obtido é 1.250, a operação realizada é:____________”

• Atividades para introduzir o estudo dos números racionais a partir de situ¬ações em que os números naturais não conseguem exprimir a medida de uma grandeza ou resultado de uma divisão. Exemplo:

“Distribuir 5 chocolates igualmente para 4 crianças. Registre a representação nu¬mérica que caberá a cada crianças.”

• Utilização da calculadora para construir representações de números racionais na forma decimal, por exemplo: “Digite o número 1 na calculadora, divi¬da por 2 e anote o resultado obtido. Di¬vida novamente por 2 e note o resultado obtido. Faça este mesmo procedimento novamente e anote o resultado. O que você observou fazendo esta atividade?”

Geometria

• Jogos e brincadeira em que seja neces¬sário situar-se ou se deslocar no espaço, recebendo e dando instruções, usando vocabulário de posição. Exemplos: Jogos de Circuito, Caça ao Tesouro, Batalha Naval.

• Relatos de trajetos e construções de iti¬nerários de percursos conhecidos ou a partir de instruções dadas oralmente e por escrito.

• Construções de maquetes e plantas da sala de aula e de outros espaços, identi¬ficando semelhanças e diferenças entre uma maquete e uma planta.

• Análise de fotografias de lugares ou de percursos conhecidos para descrever como é o lugar ou o percurso e a po¬sição em que se encontra quem tirou a foto.

• Desenhar o percurso de casa à escola e propor que os alunos troquem e compa¬rem seus desenhos e façam a leitura do percurso dos colegas.

• Leitura de guias de ruas, mapas e cro¬quis fazendo uso das referências de lo¬calização.

• Organização de exposições com dese¬nhos e fotos de formas encontradas na natureza ou produzidas pelo homem, como folhas, flores, frutas, pedras, ár¬vores, animais marinhos e de objetos criados pelo homem, para que os alunos possam perceber suas formas.

• Modelagem de objetos em massa, sa¬bão, sabonetes reproduzindo formas geométricas. Organizar exposições com os objetos construídos.

• Jogos para adivinhar um determinado obje¬to referindo-se apenas ao formato dele.

• Construções de dobraduras e quebra-cabeças para criar mosaicos com formas geométricas planas e observar simetrias.

• Classificação de sólidos geométricos a partir de critérios como: superfícies arre-dondadas e superfícies planas, vértices, entre outras.

• Montagem e desmontagem de caixas com formatos diferentes para observar a planificação de alguns sólidos geo¬métricos.

• Atividades de dobradura para identificar eixos de simetria e retas paralelas.

Medidas

• Experimentos que levem os alunos a uti¬lizarem as grandezas físicas, identificar atributos a serem medidos e interpretar o significado da medida.

• Atividades de medida utilizando partes do corpo e instrumentos do dia-a-dia: fita métrica, régua, balança, recipiente de um litro, que permitam desenvolver estimati¬vas e cálculos envolvendo as medidas.

• Atividades que explorem padrões de medidas não convencionais como, por exemplo, medir o comprimento da sala com passos.

• Observação de embalagens para identi¬ficar grandezas e suas respectivas unida¬des de medidas.

• Elaborar livros de receitas; culinária, de massas de modelar, de tintas, de sabo¬netes, de perfumes, etc. (ampliar e redu¬zir receitas).

• Converter medidas não padronizadas no dia-a-dia em medidas padrão, por exemplo:

1 xícara de açúcar equivale a ____ gramas.

1 xícara de farinha de trigo equivale a ____ gramas.

• Atividades que permitam fazer marca¬ções do tempo e identificar rotinas: ma¬nhã, tarde e noite; ontem, hoje, amanhã; dia, semana, mês, ano; hora, minuto e segundo.

• Construção da linha do tempo para contar a sua própria história ou a histó¬ria de vida de alguém conhecido ou da própria família.

• Organização de exposição com instru¬mentos usados para medir: balanças, fitas métricas, relógios de ponteiro e di¬gital, ampulhetas, cronômetros.

• Atividades de empacotamento para ob¬servação de formatos e tamanhos de caixas, saquinhos de supermercados, diferentes saquinhos de papel (embala¬gem para pipoca, pão, cachorro-quen¬te), entre outras.

• Análise de situações apresentadas em folhetos de supermercados para identi¬ficar ofertas enganosas, situações que acarretam prejuízo e que apresentam vantagens.

• Comparação entre dimensões reais e as de uma representação em escala, perce¬bendo que muitos objetos não podem ser representados em suas reais dimen¬sões, como, por exemplo: um carro, um caminhão, uma casa.

• Atividades para explorar as noções de perímetro e de área a partir de situa¬ções-problema que permitam obter a área por decomposição e por compo¬sição de figuras, usando recortes e so¬breposição de figuras, entre outras.

• Comparar figuras que tenham perímetros iguais e áreas diferentes, ou que tenham perímetros diferentes, mas áreas iguais.

Tratamento da informação

• Leitura e discussão sobre dados relacio¬nados à saúde, educação, cultura, lazer, alimentação, meteorologia, pesquisa de opinião, entre outros, organizados em tabelas e gráficos (barra, setores, linhas, pictóricos) que aparecem em jornais, re¬vistas, rádio, TV, internet.

• Organização de pesquisas relacionadas a assuntos diversos: desenvolvimento físico e aniversário dos alunos, progra¬mas de TV preferidos, animais de que mais gostam, entre outros.

• Preparação e simulação de um jornal ou de reportagens feitas pelos alunos, co-municando através de tabelas ou gráfi¬cos o assunto pesquisado por eles.

• Resolução de situações de problemas simples que ajudem os alunos a formular previsões a respeito do sucesso ou não de um evento, por exemplo: um jogo envolvendo números pares ou ímpares, o lançamento de um dado.

Explorando contextos do cotidiano, de outras áreas de conhecimento e da própria Matemática, por meio de práticas que pode articular-se em projetos, seqüências didáticas, atividades rotineiras e atividades ocasionais, para cada um dos blocos temáticos,

espera-se que o estudante possa:


Espaço e forma

Identificar a posição de uma pessoa ou objeto num desenho apresentado em malha quadriculada.

Identificar a movimentação de uma pessoa ou objeto num desenho apresentado em malha quadriculada

Reconhecer semelhanças e diferenças entre esferas, cilindros e cones e entre cubos, paralelepípedos, prismas de base triangular e pirâmides.

Reconhecer planificações (moldes) de figuras tridimensionais como cubo, paralelepípedo, pirâmide, cone e cilindro.

Identificar triângulos, quadrados, retângulos, pentágonos e círculos, nas faces planas de uma figura tridimensional.


Grandezas e medidas



Reconhecer unidades usuais de medida, como metro, centímetro, quilômetro, grama, miligrama, quilograma, litro, mililitro.

Resolver situações-problema que envolva o significado de unidades de medida de comprimento, como metro, centímetro e quilômetro.

Resolver situações-problema que envolva o significado de unidades de medida de massa, como o grama, o miligrama e o quilograma.

Resolver situações-problema que envolva o significado de unidades de medida de capacidade, como litro e mililitro.

Utilizar, em situações-problema, unidades usuais de temperatura.

Utilizar medidas de tempo em realização de conversões simples, entre dias e semanas, horas e dias, semanas e meses.

Utilizar o sistema monetário brasileiro em situações-problema.

Resolver situações-problema que envolva o estabelecimento de relações entre algumas unidades de medida, como: metro e quilômetro, metro e centímetro, grama e quilograma, grama e miligrama, litro e mililitro.

Compreender o perímetro como a medida do contorno de uma figura plana.

Calcular perímetro de figuras desenhadas em malhas quadriculadas.



Tratamento da informação



Ler e interpretar dados apresentados de forma organizada em tabelas e gráficos.

Resolver problemas com dados apresentados de maneira organizada por meio de tabelas simples e gráficos de colunas.

Descrever, por escrito, situações apresentadas por meio de tabelas e gráficos.

Interpretar dados apresentados por meio de tabelas simples e de dupla entrada.

Interpretar dados apresentados por meio de gráficos de colunas, barras e linhas.



Ciências Naturais

Ao lado de outras áreas de conhecimento, as Ciências Naturais propiciam condições para ampliar o conhecimento de mundo, promovendo valores humanos e fornecendo instrumentos para a percepção, interpretação crítica e transformação da realidade.

Nessa perspectiva, o ensino de ciências deve lidar com temáticas do mundo natural e tecnológico, de interesse pessoal e alcance social, como os que envolvem as relações do homem com os meios físico e ambiental, hábitos relacionados com a saúde individual e coletiva e com a qualidade de vida, a percepção do próprio corpo e de suas transformações, a reflexão sobre o uso social de materiais e equipamentos, tendo em vista o uso racional de recursos naturais. O ensino de Ciências Naturais constitui um meio para a ampliação do repertório das crianças sobre o conhecimento de objetos, seres e fenômenos

naturais para a organização e estruturação desse conhecimento. É quando iniciam sua alfabetização científica e tecnológica. Ao mesmo tempo, o conhecimento do mundo natural contribui para seu letramento de maneira geral, uma vez que envolve e desenvolve a leitura e a escrita em diferentes níveis e gêneros e em diferentes situações de uso, a compreensão e uso de linguagens diversas, a expressão e comunicação de idéias.

O ensino de ciências estimula, ainda, a curiosidade natural das crianças pela natureza, a inquietação pelas explicações, valoriza a construção social do conhecimento e a necessidade da criação de soluções para a sobrevivência humana no planeta, frente aos impasses colocados pela realidade do nosso tempo. Promove a observação de regularidades, a vivência de processos de investigação, o raciocínio lógico, a compreensão das propriedades e das relações entre fatos e fenômenos, a apropriação de linguagens, métodos e procedimentos científicos, a superação de superstições e preconceitos.

Sem que se distanciem do seu mundo vivencial, de suas experiências e conhecimentos que já trazem nos primeiros anos de escolarização, é também importante que as crianças compreendam os conhecimentos científicos como uma construção social, humana, que tem história, limites embates, que fazem parte de uma dada época ou cultura. Para isso, é essencial que se valorizem seus questionamentos e dúvidas, suas próprias explicações, que se estimulem o debate e o respeito às diferentes visões que se apresentam que se proponham desafios e a busca de soluções criativas, bem como o espírito de equipe e o trabalho solidário. O aprendizado se dará, sobretudo, por meio de procedimentos e atividades que estimulem e desenvolvam percepções sensoriais, do mundo dos fenômenos, dos materiais e da vida, que permitam a exploração do espaço vivido pelos alunos nos âmbitos doméstico e social, não se distanciando do domínio afetivo essencial ao universo das crianças. Priorizando-se observações, jogos e brincadeiras, promovem-se a oralidade e os registros que sejam possíveis e adequados às habilidades de leitura e escrita dos alunos, como desenhos, legendas, símbolos, maquetes ou montagens, listas, textos, valorizando a diversidade de recursos em momentos e situações diferentes.

Além disso, sugere-se ampliar e organizar o repertório de informações no âmbito mais amplo do País e do mundo, por meio de atividades de leitura de textos, de livros, revistas ou jornais, pesquisas ou entrevistas com adultos – da família, da comunidade, professores e outros profissionais discussões orais, filmes e vídeos.

Espera-se, assim, que as CIÊNCIAS NATURAIS sejam parte integrante do conhecimento de NATUREZA E SOCIEDADE da criança, que sejam incorporadas por elas enquanto cultura e tornem-se instrumentos para sua inserção e intervenção no mundo em que vivem.



São objetivos gerais de Ciências Naturais para o Ensino Fundamental:



• Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade essencialmente humana;

• Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;

• Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;

• Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo benefícios e riscos à vida e ao ambiente;

• Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva;

• Reconhecer e utilizar diferentes linguagens – verbal, escrita, corporal, artística – para descrever, representar, expressar e interpretar fenômenos e processos naturais ou tecnológicos;

• Combinar leituras, observações, experimentações, registros etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

• Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

• Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais, a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes

de sentido cultural e social, desenvolvidos no aprendizado escolar;

• Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.

Com base nesses objetivos, as expectativas de aprendizagem em Ciências

Naturais sinalizam que a criança, possa:

• Observar, registrar e comunicar algumas semelhanças e diferenças entre diversos ambientes, identificando a presença comum de água, seres vivos, ar, luz, calor, solo e características específicas dos ambientes diferentes;

• Estabelecer relações entre características e comportamentos dos seres vivos e condições do ambiente em que vivem, valorizando a diversidade da vida;

• Observar e identificar algumas características do corpo humano e alguns comportamentos

nas diferentes fases da vida, no homem e na mulher, aproximando-se à noção de ciclo vital do ser humano e respeitando as peculiaridades individuais;

• Reconhecer processos e etapas de transformação de materiais em objetos;

• Expressar-se e comunicar-se fazendo uso de recursos básicos da linguagem científica para descrever, relatar ou registrar observações de objetos, situações e fenômenos de seu entorno;

• Resolver problemas reais, presentes em seu universo vivencial e cotidiano, para os quais o domínio de conhecimentos científicos é necessário;

• Desenvolver atitude investigativa ao elaborar hipóteses, planejar pesquisas bibliográficas, observações e experimentos, registrar resultados e socializá-los ao se expressar oralmente em seu grupo.

Geografia
As expectativas de aprendizagem no campo da Geografia buscam orientar o trabalho pedagógico para que o estudante adquira consciência espacial e capacidade de desenvolver raciocínios espaciais. A compreensão de diferentes territorialidades, os vínculos espaciais, a produção da paisagem, a mobilidade social, a formação de grupos sociais e sua interação com processos da natureza são articulados a uma base conceitual da Geografia que dá sustentação para a interpretação do mundo vivido. No ensino da disciplina, os temas estruturam conceitos imprescindíveis para a compreensão da realidade e espaços. Eles permitem aos estudantes localizar e dar significação aos diferentes lugares e estabelecer relações desses com seu cotidiano.

Os temas contemplam as especificidades da Geografia, respeitando o processo de aprendizagem da criança, o seu desenvolvimento social e afetivo. As expectativas de aprendizagem propostas foram organizadas tomando como referencial os conceitos de sociedade, identidade, tempo, espaço, trabalho, cultura, economia, homem, lugar, transformação e natureza. Esses referenciais que consideramos básicos e necessários para a construção do conhecimento são tratados, ao longo dos temas propostos e articulados com as demais áreas segundo uma ordem crescente de dificuldade.

Para que haja coerência com a idéia de que todas as áreas alfabetizam, ou seja,

são responsáveis pela aprendizagem da leitura e escrita, tomamos como referência situações do cotidiano e das vivências dos estudantes. Devem ser criadas situações em que os estudantes leiam e escrevam textos, aprendendo procedimentos de ler para estudar (ler para buscar informações, destacar informações, seguir instruções, etc.)

A partir de casos concretos, o aluno pode e deve solucionar problemas e levantar hipóteses sobre os fenômenos estudados. Essa opção fundamenta-se na perspectiva de que qualquer tema nos permite apreender a totalidade social, em uma relação que caminha da parte para o todo e vice-versa, num movimento de vaivém que permite ao professor trabalhar, dentro de cada assunto, as contradições, as semelhanças e as diferenças e a relação parte e todo. Esse procedimento favorece a formação de estudantes com pensamento crítico e analítico, estimulando o raciocínio a partir de diferentes referenciais ligados ao campo da Geografia e de outras áreas do conhecimento.



Objetivos gerais de Geografia para o Ensino Fundamental



O objetivo fundamental da Geografia é situar o aluno no momento em que vive. Situar-se é perceber os fatos que acontecem em uma dinâmica de relações espaciais próximas e distantes e numa multiplicidade temporal e espacial; portanto espera-se que os estudantes, ao longo dos cinco anos do Ensino Fundamental, possam desenvolver conhecimentos relacionados à leitura do mundo em que vivem, sendo capazes de:

• Conhecer a organização do espaço geográfico a partir das interações entre a sociedade e os processos da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades na construção e produção da paisagem;

• Identificar e avaliar ações humanas em sociedades em diferentes recortes espaciais e temporais, de modo a construir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais;

• Reconhecer aspectos das diferentes espacialidades e temporalidades em seu cotidiano;

• Reconhecer que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos, que ainda não são usufruídos por todos os seres humanos;

• Conhecer e utilizar métodos de pesquisa da Geografia e adquirir as primeiras noções da espacialidade por meio da alfabetização cartográfica;

• Saber utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espacialidade

dos fenômenos geográficos;

• Reconhecer mudanças e permanências na paisagem pelo estudo dos fatos culturais que

a produziram em diferentes tempos e contextos sociais;

Fazer leitura de imagens, dados e documentos de variadas fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacionar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisagens;

• Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como direito dos povos e indivíduos e elemento de fortalecimento da democracia.

História
As expectativas de aprendizagem de História foram organizadas de modo a favorecer aos alunos dessa faixa de idade uma formação gradativa para estudos da História, sua sociedade, envolvendo a aquisição de noções de tempo e temporalidades históricas.

Nesse sentido, a proposta contempla inicialmente temas para que questionem e relacionem suas vivências pessoais e cotidianas com a vida coletiva em diferentes épocas, identificando referências usadas em medidas de tempo, a partir da observação de ciclos naturais e de relações culturais; e propõe que, progressivamente ao longo dos anos de escolaridade, conheçam e relacionem a diversidade de modos de vida, apreendam medidas de tempo de média e longa duração e percebam transformações e permanências históricas, conhecendo a história dos locais onde moram, e do Brasil, a história dos sujeitos históricos que delas participam, e aspectos das vivências culturais compartilhadas socialmente, referentes às festas, aos jogos, brincadeiras, alimentação, saúde, higiene, modos de vida urbana e rural, relações de trabalho, meios de comunicação, espaços de preservação de memórias, lutas políticas e sociais etc.



Objetivos gerais de História para o Ensino Fundamental



Como objetivo geral espera-se que os estudantes, gradativamente possam questionar e interpretar sua realidade posicionar-se, fazer escolhas e agir criteriosamente, sendo capazes de:

• Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços;

• Organizar alguns repertórios histórico-culturais que lhes permitam localizar acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a formular explicações para algumas questões do presente e do passado;

• Conhecer e respeitar o modo de vida dos grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles;

• Reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço;

• Questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas e refletindo sobre algumas possíveis soluções, reconhecendo formas de atuação política-institucionais e organizações coletivas da sociedade civil;

• Utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo a ler diferentes registros escritos, iconográficos, sonoros;

• Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como direito dos povos e indivíduos e elemento de fortalecimento da democracia.



RECURSOS DIDÁTICOS

Para favorecer a vivência, criação e produção cultural dos estudantes são importantes que o espaço da sala de aula seja especialmente concebido e organizado, sempre a partir das condições existentes na escola. Essa concepção e organização envolvem o arranjo e a distribuição dos materiais a serem utilizados; clareza visual e funcional do local; marca pessoal do professor e dos estudantes a fim de criar “a estética do

ambiente”; característica mutável e flexível do espaço. Por isso, materiais, suportes e instrumentos são minimamente necessários, tais como: papéis de diversos tipos; lápis, canetas, pincéis e tintas de diversos tipos; tesouras, colas e fitas aderentes; sucatas variadas (garrafas pet, potes de plástico, caixas de leite, caixas de sapato, caixas de remédio, rolos de papel-toalha, rolos de papel higiênico, palitos de churrasco, palitos de dente, palitos de fósforo, bandejas de isopor etc.); retalhos de tecidos; materiais sonoros (sinos, cocos, madeiras, chocalhos etc.); fantasias e figurinos teatrais; entre outros.

Para que os estudantes possam apreciar, contextualizar, criticar e valorizar os objetos culturais, o professor pode recorrer a bibliotecas, videotecas, a fim de colher: imagens, biografias de artistas, textos críticos, textos de autor, textos literários, revistas, vídeos, fitas de áudio, cassetes, discos, CDs, DVDs, etc.

Existem inúmeros softwares e sites que podem ser utilizados em projetos e em seqüências didáticas. Além disso, aproveitaremos as manifestações culturais da comunidade, exposições, apresentações musicais e teatrais, feiras culturais etc. tentaremos, também, contatar artistas e artesãos locais para promover espetáculos e bate-papos com os estudantes no próprio ambiente escolar.



Instrumentos de avaliação



Existem variadas formas de elaborar instrumentos de avaliação. Eles podem ser

trabalhos, provas, testes, relatórios, interpretações, questionários etc., referenciados nos objetivos e conteúdos trabalhados, ou podem referir-se ao conhecimento que o professor tem do estágio real de desenvolvimento de seus estudantes e do percurso que fizeram na aprendizagem.

Um instrumento que pode ser utilizado para avaliação, auto-avaliação e para de registro é o portfólio. Ao selecionar os trabalhos que comporão o portfólio, professores e estudantes devem fazer uma auto-avaliação crítica e cuidadosa, a partir dos objetivos estabelecidos, dos propósitos de cada tarefa ou atividade que estará compondo o instrumento. Os processos de auto-avaliação podem ser individuais e de grupo, e não devem ficar restritos apenas aos aspectos mais relativos a atitudes e valores, pois os estudantes podem refletir sobre seus avanços relativos às suas aprendizagens específicas.

Além desses, outros instrumentos de registro podem e devem coexistir instrumentos de avaliação: planilhas de notas ou de observação, relatórios do desempenho dos estudantes, questionários acerca de algum tema investigado ou referente a algum problema de comportamento recorrente observado mediante as vivências, anotações diárias das aulas, diários do professor, no qual ele anota o que fez, o que foi produtivo e como poderia ser melhorado, além das indagações dos estudantes ou discussões entre eles.

ROJETOS INTER/MULTIDISCIPLINARES

I – TEMAS A SEREM TRABALHADOS:

Será trabalhado no ano letivo com os 4º anos projetos como:

 SEBRAE;

 Bulling;

 Folclore;

 Dia mundial da Água;

 14/04 Dia da conservação do solo;

 05/06 Dia mundial do Meio ambiente;

 21/09 Dia da arvore.



II – OBJETIVOS



A partir dos projetos trabalhados espera-se:



 Que o aluno entenda a importância dos temas trabalhados como parte do seu cotidiano e sua história;

 Comparar e analisar os fatos.



III – PROCEDIMENTO DIDÁTICO



 Vídeos;

 Textos informativos;

 Pesquisas;

 Músicas;

 Teatros;

 Trabalhos manuais;

 Atividades diversificadas em geral;

 Excursões;


IV – AVALIAÇÃO

 Observação e participação dos alunos na sala de aula;

 Produção individuais e coletivas;

 Desempenho nas atividades aplicadas em sala.


Bibliografia

Referências: gerais

GARCIA, C. M. Formação de Professores: Para uma mudança educativa. Coleção Ciências da Educação. Porto Editora. Porto, 1999.

MACHADO, Nilson José. Epistemologia e Didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 1995.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre; Artmed, 1999.

_______________. Dez novas competências para ensinar. Tradução de: Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

_______________. Construir as competências dede a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SACRISTÁN, J. G. e PÉREZ GÓMEZ, A. I. Compreender e transformar o ensino. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

Referências: Documentos oficiais

BRASIL. Ministério da Educação. Brasília: SEF/MEC, (Série Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Fundamental 1ª a 4ª série). Volumes 1 a 10. 1996.



São Paulo: Secretaria Municipal de Educação: SME/DOT, Projeto Toda Força ao Primeiro Ano: Guia para o planejamento do professor alfabetizador – orientações para o planejamento e avaliação do trabalho com o 1º ano do Ensino Fundamental /Vol. 1, 2, 3. 2006.



São Paulo : Secretaria Municipal de Educação: SME/DOT, Guia de Planejamento do professor e orientações didáticas para o Professor do 2º do Ciclo I /Vol. 1. 2007 São Paulo: Secretaria Municipal de Educação: SME/DOT, Projeto Intensivo no Ciclo I: Material do Professor/Vol. 1, 2, 3. 2006.



São Paulo. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo: SME/DOT, 2006. (Orientações Gerais para o Ensino de Língua e Matemática no ciclo I).



São Paulo. SME/DOT. Referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do Ensino Fundamental São Paulo: SME/DOT, 2006



ORIENTAÇÕES CURRICULARES Proposição de Expectativas de Aprendizagem - Ciclo I São Paulo. SME/DOT. Caderno de Orientação Didática. Referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do Ensino Fundamental das áreas. São Paulo: SME/DOT, 2007

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Construção do Número , segundo Piaget

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

Grupo de Estudos de Educação Matemática e Científica

Anos Iniciais - 02/06/2005

Construção do Número

Jean Piaget (1896-1980) investigou como se processa a construção do conceito de

número de forma experimental. Em sua teoria determinou quatro períodos do

desenvolvimento do pensamento da criança:

Período Idade aproximada

Sensório-motor 0 a 2 anos

Pré-operacional 2 a 7 anos

Operações concretas 7 a 12 anos

Operatório-formal 12 a 16nos

O período pré-operacional corresponde a um período pré-numérico, pré-operatório,

ou seja, puramente intuitivo.

Significa que a criança só percebe os fatos através dos sentidos, a partir de

manipulações práticas.

O aparecimento da função simbólica permite à criança ter uma representação

mental dos objetos e das coisas do ambiente, o que lhe possibilita fazer classificações.

Neste período, a criança classifica quando separa ou agrupa objetos por suas

semelhanças ou diferenças, estabelecendo assim, relações das coisas do ambiente em que

vive.

A classificação e a seriação são operações lógicas que têm estreita relação com a

conservação numérica e favorecem a formação do conceito de número.

A criança tem condições de construir o conceito de número no período das

operações concretas, pois é nesta fase que ela se apropria de vários esquemas de

conservação.

O número, segundo Piaget, é uma síntese de dois tipos de relações que a criança

elabora entre os objetos: ordem e inclusão hierárquica.

Ordem é a relação que a criança elabora ao contar um determinado número de

elementos, sem saltar ou repetir algum.

Inclusão hierárquica é a relação que permite à criança a quantificação dos objetos

como um grupo, ou seja, ao lhe pedirmos que nos mostre 8 objetos, arranjados numa

relação ordenada, ela nos apontará para o grupo todo e não apenas para o último.

Entre 7 e 8 anos de idade, o número de relações que a criança estabelece permitelhe

a mobilidade do pensamento de forma a torná-lo reversível. A reversibilidade se refere

à habilidade de realizar, mentalmente, ações opostas simultaneamente, isto é, separar o

todo das partes e reuni-las novamente no todo. Assim, a criança compreende que uma

ação inversa anula a transformação observada.

Na aquisição do conceito de número, destacam-se quatro noções básicas:

classificação, seriação, correspondência biunívoca e conservação da quantidade.

Classificar é agrupar segundo um critério. Podemos classificar figuras geométricas

(cor, forma, tamanho), utensílios de cozinha (utilidade), livros de história (gênero),

animais (espécie), frutas (tipo), secos e molhados, insetos, figurinhas, materiais escolares,

botões (número de furos, tamanho, cor), enfim, tudo aquilo que for da vivência da

criança.

Seriar significa colocar em série, em ordem, ordenar. Podemos seriar com materiais

diversos, tais como: blocos lógicos, botões, palitos, tampinhas e com os próprios alunos,

estabelecendo relações do tipo: maior que, menor que, mais pesado que, menos pesado

que, mais que, menos que. Seriar conforme a cor, do mais claro ao mais escuro, fazer

seqüências lógicas em cartões (histórias), seqüências de posições e de atividades.

Correspondência biunívoca é a correspondência também chamada um a um, ou

seja, cada elemento do primeiro conjunto deverá corresponder a um e somente um

elemento do segundo conjunto que também será esgotado.Podemos fazer

correspondência com bonecas e camas, xícaras e pires, meninos e bonés, bonecas e

vestidos, cães e ossos, cartazes com encaixes para figuras.

Conservação da quantidade: a criança conserva a quantidade no momento em que

ela reconhece que o número de elementos de um conjunto não varia, quaisquer que

sejam as maneiras como se agrupam esses elementos.Podemos organizar duas fileiras de

botões, tampinhas, bolinhas, fazendo a correspondência termo a termo. Após, modifica-se

a disposição dos mesmos e questionamos a criança perguntando se nas duas fileiras tem

a mesma quantidade.

Texto pesquisado e elaborado pelas assessoras pedagógicas: Adriana Zini, Marinês Feiten da Silva e Teresinha Manica Salvador - SMED/2005

Bibliografia:

RANGEL, Ana Cristina S. Educação Matemática e a Construção do Número Pela Criança.-Porto Alegre: Artes

Médicas.

FARIA, Anália Rodrigues de. O Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Segundo Piaget.-São Paulo:

Ática, 1993.

BORTOLOTTO, Ângela Gomes. Matemática de 1ª a 4ª séries: uma abordagem metodológica/ Ângela Gomes

Bortolotto e Marlês Stela Sebbem Andreazza.- Caxias do Sul: EDUCS, 1988.

GRASSESCHI, Maria Cecília C. PROMAT, 1: projeto oficina de matemática.- São Paulo: FTD, 1995.

Revista Nova Escola nº 89 de Novembro de 1995.

O papel do professor de literatura na formação de leitores

O papel do professor de literatura na formação de leitores

Solange Loos

Minhas lembranças das aulas de literatura que tive quando cursava o Segundo Grau me motivaram a refletir sobre o papel do professor de literatura enquanto formador de leitores. Infelizmente, essas recordações não são boas, pelo contrário: lembro, principalmente, de um professor extremamente conservador e enérgico, que adotava um livro didático que, como a maioria dos que se propunham a ensinar literatura naquela época, não passava de uma esquematização (extremamente malfeita) de nomes, datas, características de escolas literárias, obras mais importantes, etc., ou seja, um perfeito rol de inutilidades. E a "arte da palavra" — que era como esse livro definia literatura (e que, de todo o rol, foi a única definição que não esqueci) — soava-me tão distante, mas tão distante, que eu chegava a pensar que havia algo errado comigo, já que não conseguia entender a importância de algo que o livro didático dizia que era tão bom. Em quase todas as aulas, esse professor repetia: "Machado de Assis é bom", "José de Alencar é bom" e "É preciso ler o que é bom". Lembro que, uma vez, fui à biblioteca do colégio e peguei A pata da gazela (de José de Alencar). Não achei nada bom, mas não tive coragem de dizer isso àquele professor ou de lhe pedir que me explicasse por que o livro que tinha acabado de detestar era bom.

Hoje, compreendo o motivo de ele não ter me explicado por que Machado de Assis é bom: nem ele sabia por quê. Ele falava de algo que não conhecia, repetia o que havia ouvido de seus professores e, o que é ainda pior, não lia para conhecer e poder convencer seus alunos.

Se aquele meu professor soubesse o que é literatura e por que ele a ensinava, teria me mostrado que ela está em toda parte — no rádio, na TV, no cinema, no teatro... —, e eu certamente teria me interessado por ela imediatamente. Dos males, o menor — sempre gostei de ler e li, mas perdi muito tempo lendo bobagens até descobrir o valor da literatura.

A prática do professor que não têm noção do que está fazendo só serve para afastar o aluno da leitura. E a imposição do cânone literário — muitas vezes indigesto — acaba fortalecendo a idéia de que literatura é só o cânone — que, para a maioria dos alunos, é sinônimo de chatice. Além disso, essa imposição acaba por mistificar a literatura. Se há uma elite que elege o que é bom (Com que critérios? Que valores estão em jogo?), o restante do público em potencial, ou passa a fazer parte de um grupo de privilegiados — os que têm acesso à literatura -, ou é excluído, pois a literatura é vista como algo para iniciados.

E essa mistificação, somada às condições em que se encontra (há tanto tempo...) o magistério, faz com que os professores também não leiam.

O professor que quer incentivar a leitura tem de ser, antes de tudo, leitor. E, segundo o escritor Paulo Venturelli, "um leitor em permanente construção". Só um professor que é leitor e tem consciência do valor da leitura consegue criar leitores e ensiná-los a ler o mundo.

A literatura alimenta a leitura: quanto maior a dimensão cultural do leitor, melhor ele lê; quanto mais ele lê, maior sua dimensão cultural.

Mas não se pode pensar apenas no aspecto prazeroso da leitura: além de prazer estético, livros são instrumentos de conscientização e atualização: o professor tem o papel de formar leitores críticos da cultura. Ao lado do prazer de ler está o prazer da descoberta, da ampliação da visão de mundo, da resistência à massificação, do debate e da crítica.

O conhecimento literário e o gosto pela leitura (e uma coisa não existe sem a outra) são requisitos para a construção de um professor formador de leitores. Só o entusiasmo do professor pela leitura e a consciência de seu papel podem envolver os alunos e fazê-los ler.

Em termos metodológicos, é preciso dar-lhes uma grande quantidade e variedade de livros. O patrimônio histórico, cultural e científico da humanidade está fixado em diferentes tipos de livros, e isso torna as visitas freqüentes à biblioteca imprescindíveis.

O professor que realmente é formador de leitores tem abertura às diversas interpretações que a obra literária pode suscitar e tenta sempre aprender com elas.

Em uma sociedade em que imperam o utilitarismo, o consumismo e a alienação, o professor acaba concorrendo com os meios de comunicação e toda a sorte de entretenimentos que apelam para o óbvio. Fazer com que o aluno tome consciência da necessidade de transformação de si mesmo e do mundo pode ser uma forma de sensibilizá-lo para a leitura, a literatura e a realidade. É preciso ensinar o aluno a fazer a vinculação entre o lido e o vivido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & realidade brasileira. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.

VENTURELLI, Paulo. A literatura na escola. Revista Letras, n. 39, Curitiba, p. 259-269, 1990.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PROFESSOR...

PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO
Jô Soares
O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
Se É jovem, não tem experiência.
Se É velho, está superado.
Se Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Se Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Se Fala em voz alta, vive gritando.
Se Fala em tom normal, ninguém escuta.
Se Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Se Precisa faltar, é um 'turista'.
Se Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Se Não conversa, é um desligado.
Se Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Se Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Se Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Se Não brinca com a turma, é um chato.
Se Chama a atenção, é um grosso.
Se Não chama a atenção, não sabe se impor.
Se A prova é longa, não dá tempo.
Se A prova é curta, tira as chances do aluno.
Se Escreve muito, não explica.
Se Explica muito, o caderno não tem nada.
Se Fala corretamente, ninguém entende.
Se Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Se Exige, é rude.
Se Elogia, é debochado.
Se O aluno é reprovado, é perseguição.
Se O aluno é aprovado, deu 'mole'.
É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SOS PROFESSORES...linda mensagem (real)...

Eu Acuso
EU ACUSO
(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)
Foi uma tragédia fartamente anunciada.
Em milhares de casos, desrespeito.
Em outros tantos, escárnio.
Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova sub-sequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).
A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.
Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada.
A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.
No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”.
Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada
Deixe o aluno “construir seu conhecimento.”
Não vamos avaliar o aluno.
Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”.
Afinal de contas, ele está pagando...
E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”
Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso...
com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...
Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.
Um desses jovens revoltado com suas notas baixas...
cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor.
Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.
Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei.
Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público.
A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:
EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;
EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto,
que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;
EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;
EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições,
frequentados por alunos igualmente sem condições de ali estarem;
EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;
EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;
EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;
EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever,
tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;
EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;
EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,
EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;
EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como NÃO ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não podem aplicar a devida punição.
EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;
EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;
Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.
Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.
A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima.
Uma eterna vítima.
O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida.
Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”
Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós.
Que a sua morte não seja em vão.
É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.
Igor Pantuzza Wildmann
Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.
Formatação – Fernando S Loureiro
Tributo ao Prof. Kássio Vinicius Castro Gomes – Assassinado por um aluno, por ter tirado notas baixas, em Belo Horizonte.
Música – Hino Nacional Brasileiro
Fafá de Belém