quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fracasso escolar



FRACASSO ESCOLAR: DE QUEM É A CULPA?

Michelle de Castro Meira
Estudante do 5º período de psicologia do INESP- Instituto de Ensino Superior de Pesquisa/UEMG- Universidade do Estado de Minas Gerais. Junho/2002 – Disciplina: Psicopedagogia


RESUMO:O fracasso escolar é hoje um grande problema para o sistema educacional. Muitas vezes, para se livrar da responsabilidade deste fracasso, busca-se um culpado; alguém que possa assumir sozinho esta situação. Este artigo vem questionar esta atitude e propõe discutir o fracasso escolar a partir de outras variáveis que também influenciam no processo de aprendizagem. A partir disso, procura-se pensar no papel do psicopedagogo com relação ao fracasso escolar. A atuação deste profissional pode servir tanto para determinar "o culpado" que se procura, ou seja, patologizar o aprendente; quanto para ampliar este foco, buscando outras variáveis que influenciam no processo de aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE:
Fracasso escolar, aprendizagem, intervenção psicopedagógica.
O fracasso escolar aparece hoje entre os problemas de nosso sistema educacional mais estudados e discutidos. Porém, o que ocorre muitas vezes é a busca pelos culpados de tal fracasso e, a partir daí, percebe-se um jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma determinada classe social, ora todo um sistema econômico, político e social. Mas será que existe mesmo um culpado para a não- aprendizagem? Se a aprendizagem acontece em um vínculo, se ela é um processo que ocorre entre subjetividades, nunca uma única pessoa pode ser culpada. Alicia Fernández nos lembra que "a culpa, o considerar-se culpado, em geral, está no nível imaginário" (FERNANDEZ, 1994) e coloca que o contrário da culpa é a responsabilidade. Para ser responsável por seus atos, é necessário poder sair do lugar da culpa.
Não pretendo aqui, portanto, expurgar a responsabilidade de um fracasso escolar. O propósito é discuti-lo como um elemento resultante da integração de várias "forças" que englobam o espaço institucional (a escola), o espaço das relações (vínculos do ensinante e aprendente), a família e a sociedade em geral.
Quando se fala em fracasso, supõe-se algo que deveria ser atingido. Ele é definido por um mau êxito, uma ruína. Porém mau êxito em quê? De acordo com que parâmetro? O que a nossa sociedade atual define como sucesso? Daí a necessidade de analisar o fracasso escolar de forma mais ampla, considerando-o como peça resultante de muitas variáveis.
A sociedade busca cada vez mais o êxito profissional, a competência a qualquer custo e a escola também segue esta concepção. Aqueles que não conseguem responder às exigências da instituição podem sofrer com um problema de aprendizagem. A busca incansável e imediata pela perfeição leva à rotulação daqueles que não se encaixam nos parâmetros impostos.
Assim, torna-se comum o surgimento em todas instituições educativas de "crianças problemas", de "crianças fracassadas", disléxicas, hiper-ativas, agressivas, etc. Esses problemas tornam-se parte da identidade da criança. Perde-se o sujeito, ele passa a ser sua dificuldade. Desta forma, ao passar pelo portão da escola, a criança assume o papel que lhe foi atribuído e tende a correspondê-lo. Porém, ao conceder este rótulo à criança, não se observa em quais circunstâncias ela apresenta tais dificuldades(ele está assim e não é assim). Isso não é apenas uma diferença terminológica, ela revela uma possibilidade de mudança.
A sociedade do êxito educa e domestica. Seus valores, mitos relativos à aprendizagem muitas vezes levam muitos ao fracasso. Em nosso sistema educacional, o conhecimento é considerado conteúdo, uma informação a ser transmitida. As atividades visam a assimilação da realidade e não possibilitam o processo de autoria do pensamento tão valorizada por Alicia Fernández. Ela define como autoria "o processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal produção" (FERNÁNDEZ,2001 p.90). Este caráter informativo da educação se manifesta até mesmo nos livros didáticos, nos quais o aprendente é levado a memorizar conteúdos e não a pensá-los; não ocorrendo de fato uma aprendizagem.
É preciso distinguir aquilo que é próprio da criança, em termos de dificuldades, daquilo que ela reflete em termos do sistema em que se insere.
A família, por sua vez, também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e as "atitudes destes frente às emergências de autoria do aprendente, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos"(FERNÁNDEZ,2001).
Quando se fala em "famílias possibilitadoras de aprendizagem" tem-se uma tendência a excluir as famílias de classes baixas já que estas não podem fornecer uma qualidade de vida satisfatória, uma alimentação adequada, acesso a diversas formas de cultura (cinema, teatro, cursos, computador, etc). Entretanto é possível a existência de facilitadores de autoria de pensamento mesmo convivendo com carências econômicas.
Em seu livro, "O saber em jogo", Alicia Fernández cita uma pesquisa com famílias de classe baixa facilitadoras da aprendizagem. O que caracteriza estas famílias é a criação de um espaço favorável para que cada membro possa escolher e responsabilizar-se pelo escolhido, propiciando um espaço para a autoria de pensamento.O perguntar é possível e favorecido, há facilidade de aceitar as diferentes opiniões e idéias. Condições estas que não são comuns em famílias produtoras de problemas de aprendizagem.
Além disso, segundo Maud Mannoni, um sintoma não deve ser considerado de forma única, isolado, mas sim dentro de um contexto muito mais amplo e repleto de significados. Assim acontece com o fracasso escolar, ele pode assumir, dentro da família, uma função. Daí a necessidade de buscar o significado do "não aprender", analisando a história de vida do sujeito e buscando uma significação das fantasias relacionadas ao ato de aprender.
Também contribuem para o fracasso escolar a própria instituição educativa que muitas vezes não leva em consideração a visão de mundo do aprendente. As discrepâncias entre o desempenho fora e dentro da escola são significativas. Ou seja, muitas vezes os profissionais da educação não conseguem transpor o conhecimento ensinando para a realidade do aprendente. Isso pode ser exemplificado no livro: "Na vida dez, na escola zero" que trata do ensino da matemática. Na escola os alunos vão mal, porém em situações naturais, cotidianas, e que necessitam de um raciocínio matemático eles vão muito bem.
Outra questão referente à escola é que esta, ao valorizar a inteligência, se esquece da interferência afetiva na não aprendizagem. O sujeito pode estar em dificuldades de aprendizagem por ter ligado este fato a uma situação de desprazer. Esta situação pode estar ligada a algum acontecimento escolar. Claparéde diz que a escola pode provocar na criança conflitos que influenciarão seu gosto pelo aprender.


APRENDIZAGEM X FRACASSO ESCOLAR: QUAL O LIMITE QUE OS SEPARA?

Ao falarmos de fracasso escolar, além de tentarmos analisar os fatores que contribuem para seu surgimento, é necessário conceituar aquilo que viria a ser seu oposto: a aprendizagem.
Já mencionamos que a aprendizagem é um processo vincular, ou seja, que se dá no vínculo entre ensinante e aprendente, ocorre portanto entre subjetividades. Para aprender, o ser humano coloca em jogo seu organismo herdado, seu corpo e sua inteligência construídos em interação e a dimensão inconsciente . A aprendizagem tem um caráter subjetivo pois o aprender implica em desejo que deve ser reconhecido pelo aprendente. "O desejar é o terreno onde se nutre a aprendizagem". (FERNÁNDEZ, 2001).
Aprender passa pela observação do objeto, pela ação sobre ele, pelo desejo. A aprendizagem é a articulação entre saber, conhecimento e informação. Esta última é o conhecimento objetivado que pode ser transmitido, o conhecimento é o resultado de uma construção do sujeito na interação com os objetos (PIAGET) e o saber é a apropriação desses conhecimentos pelo sujeito de forma particular, própria dele, pois implica no inconsciente.
A partir disso, podemos definir aprendizagem como uma construção singular que o sujeito vai fazendo a partir de seu saber e assim ele vai transformando as informações em conhecimento, deixando sua marca como autor e vivenciando a alegria que acompanha a aprendizagem.
Este processo se difere bastante do fracasso escolar que pode evidenciar uma falha nesta relação vincular ensinante- aprendente. Alicia Fernández diferencia fracasso escolar, problema de aprendizagem e deficiência mental. Para ela no fracasso escolar "a criança não tem um problema de aprendizagem, mas eu, como docente, tenho um problema de ensinagem com ele". (FERNANDEZ, 1994). O problema de aprendizagem pode ser um sintoma de outros conflitos ou ainda uma inibição cognitiva, e a deficiência mental tem incidência pequena na população.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA:
Considerando os fatores implicados no processo da aprendizagem, poderíamos pensar no papel de psicopedagogo com relação ao fracasso escolar.
O psicopedagogo deve buscar o que significa o aprender para esse sujeito e sua família, tentando descobrir a função do não aprender. Conhecer como se dá a circulação de conhecimento na família, qual a modalidade de aprendizagem da criança, não perdendo de vista qual o papel da escola na construção do problema de aprendizagem apresentado, tentando também engajar a família no projeto de atendimento para ampliar seu conhecimento sobre a dificuldade, modificando seu modo de pensar e de agir com relação à criança.
Alicia Fernández fala de um enfoque clínico que significa preocupar-se com os processos inconscientes e não somente com a patologia; é fazer uma escuta particular do sujeito que possibilite não só encontrar as causas do não- aprendizado mas também organizar metodologias para facilitar a aprendizagem e o desempenho escolar.

CONCLUSÃO:
No presente trabalho objetivei mostrar que não existe um único "culpado" pelo fracasso escolar. Muitas vezes a escola situa o problema do fracasso no indivíduo, considerando-o como portador de algum tipo de "desvio" ou "anormalidade."
Assim, o "insucesso" é atribuído à debilidade das capacidades intelectuais, à cultura desviante e a outras categorias como: as dislexias (para as dificuldades de leitura), as disortografias (dificuldades em ortografia) e as discalculia (dificuldade em cálculos) que servem como rótulos. Estes levam aqueles que fracassam a tratamentos diversos em instituições especializadas e a classes especiais.
Em face da criança que fracassa, muitas vezes a escola e os profissionais da educação não levantam problemas como a estrutura da escola, a estrutura social e a inadequação dessa estrutura à situação real de vida da criança.
Daí podem surgir os motivos do fracasso escolar: uma não-aproximação e conhecimento do aluno e de suas necessidades. Principalmente se estes alunos apresentarem uma realidade diferente da realidade do ensinante.
Portanto, buscar soluções para o fracasso escolar não consiste em patologizar o aprendente mas em ampliar este foco, abrindo espaço para outras variáveis que também influenciam no processo da aprendizagem como a instituição, o método de ensino, as relações ensinante- aprendente, os aspectos sócio-culturais, a história de vida do sujeito, entre outras.

BIBLIOGRAFIA:
COELHO,Ana silva Borges figueiral
. O fracasso escolar e os distúrbios de aprendizagem. Publicado pela Associação
Brasileira de dislexia. São Paulo.
FERNÁNDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora: uma leitura psicopedagógica do ser mulher, da corporeidade e
da aprendizagem.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
FERNÁNDEZ, Alicia. O saber em jogo. Porto Alegre: Artmed,2001.
CARRAHER, Terezinha; SCHLIEMANN, Ana Lúcia; CARRAHER, David. Na vida dez, na escola zero. 9º ed. S.P:
Cortez,1995.
COSTA, Dóris Anita Freire. Fracasso escolar: diferença ou deficiência. Porto Alegre: Kuaarup,1993.


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O pedagogo, nas instituições escolares principalmente, tem a obrigação de auxiliar os demais funcionários no enfrentamento das dificuldades que possam surgir e, uma delas é o fracasso escolar.

Acredito que para enfrentar o fracasso escolar, precisaríamos de ações conjuntas dos vários setores ligados a escola. Cabendo ao pedagogo as iniciativas junto ao colegiado, as quais podem ser: grupos de estudos com temas sugeridos pelo grupo; as proprias avaliações realizadas tanto a nível da escola como a nível de rede, visto que estas podem nos dar uma visão ampla da situação de aprendizagem escolar; trocas de experiências entre os pares - pois muito de nosa prática pode enriquecer a metodologia dos colegas; participar dos momentos de planejamento dos proessores, trazendo ideias, referencial teórico e metodológico para eles, etc.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

IÇAMI TIBA...

Quem ama educa... dá amor... carinho... prioriza tempo... mas também impõem limites...exerce sua autoridade... corrige... dá castigos...


Os pais que levam o filho à igreja, não vão buscá-lo na cadeia !!! ...
E X C E L E N T E !!! ...
Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba.
1. A educação não pode ser delegada à escola.
Aluno é transitório.
Filho é para sempre.
2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo.
Não se pode castigar com internet, som, tv, etc...
3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.
4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real.
Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.
5. Informação é diferente de conhecimento.
O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa.
Não são todos que conhecem.
Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.
6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais.
Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.
7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome .
Se ela quiser comer, saberá a hora.
E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.
8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.
9. É preciso transmitir aos filhos a ideia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.
10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.
11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.
12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.
13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.
14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.
15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.
16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.
17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.
18. Muitas são desequilibradas ou mesmo loucas. Devem ser tratadas. (palavras dele).
19. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.
20. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reencarnar. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.
21. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.
22. Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.
23. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.
24. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.
25. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.
26. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.

Frase:
"A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."








" As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros.
Levo-as no coração"
Dom Hélder Câmara

NÃO SE PREOCUPE DE QUE MANEIRA VIRÁ SUA VITÓRIA, MAS QUANDO DEUS DETERMINA, ELA VEM.......

PROFESSORES.....................

CARTA DE ABRAHAN LINCOLN  AO PROFESSOR DO SEU FILHO:

 

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cecília Meireles

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

(Cecília Meireles)

domingo, 18 de setembro de 2011

INDIGNAÇÃO DE COLEGAS PROFESSORES....

RESPOSTA DE UMA PROFESSORA  DE CURITIBA, A REVISTA VEJA.....

POR FAVOR LEIAM ATE O FINAL......Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.
Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.
Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê?  De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.
Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria.
Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir aos piqueniques, subir em árvores?
E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.
Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.
E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”,  elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.
Há de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que  esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.
Temos notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.
E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é  porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.  Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.
Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e  “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.
Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.
Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata.
Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.
Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!
 VAMOS DAR FORÇA PARA QUEM FALA POR NOSSA CAUSA!!!!!!

Fonte: https://jornalggn.com.br/noticia/carta-resposta-a-revista-veja-por-uma-professora/

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alfabeto

Modelo de alfabeto; lindinho














































Fonte: imagem da internet

Partes de um trabalho escrito...

Esta será a ordem para apresentação dos tralhos impressos no seminário:
  • Capa (conforme modelo);
  • Folha de rosto (conforme modelo);
  • Sumário (será opcional);
  • Apresentação ou introdução (Você necessita responder às questões: quem? para quem? Deve conter: dados pessoais de identificação dos proponentes; nível de ensino a que se destina a proposta e modalidade; dados que julgar relevantes dentro da especificidade de cada projeto. A finalidade é apresentar a proposta de trabalho, localizando-a e descrevendo-a.);
  • Justificativa ( Neste item você deve responder às questões: o quê? por quê? Pode conter: a origem, necessidade e importância do referido projeto; estabelecimento de elos entre um referencial teórico específico de sua área de formação com a proposta de trabalho.);
  • Objetivos - geral e específicos (Pense na questão: para quê? São divididos em gerais e específicos. Deve-se eleger um ou dois objetivos gerais para o trabalho e a partir dele(s) definir três ou quatro específicos, que são desdobramentos do primeiro.);
  • Referencial teórico (Pense na questão: o quê (conteúdo)? Procure pesquisar em materiais diversificados e em caso de consultas na internet localize sites de instituições reconhecidas pelo campo científico.);
  • Desenvolvimento e operacionalização (Responda às questões: como? com quem? onde? A metodologia e/ou linguagem que você escolheu deve estar presente no detalhamento do projeto, pois o planejamento das ações é conduzido a partir dela. Esse é o sentido do projeto de estágio deste semestre. O item deve conter ainda a definição de todas as etapas/fases que comporão o projeto a ser desenvolvido na escola, suas finalidades, seus procedimentos gerais, específicos e fundamentais em direção à consecução dos objetivos propostos. Aqui você também deve indicar como avaliará o trabalho desenvolvido junto aos alunos.);
  • Cronograma ( conforme modelo);
  • Referências bibliograficas ( São as referências lidas e citadas no corpo do trabalho.).
Fonte: adaptação para o seminário presencial da UAB/UEPG
LEMBREM-SE ESTA É A FORMA BÁSICA PARA QUASE TODOS OS TRABALHOS CIENTÍFICOS QUE VC FARÁ, PARA OS MAIS VARIADOS FINS.
BOM TRABALHO.

NORMAS TECNICAS DA UEPG

NESTE SITE EXISTE O MANUAL COMPLETO:

http://ri.uepg.br:8080/riuepg/bitstream/handle/123456789/441/LIVRO_ManualNormaliza%C3%A7aoBibliografica.pdf?sequence=1

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cartografia

Cartografia
O que é cartografia, elaboração de mapas, história da cartografia, informações via satélite,
representações cartográficas, uso da cartografia no cotidiano
Introdução

Nós não percebemos, mas utilizamos as informações e conhecimentos produzidos pela cartografia no cotidiano. Ao consultarmos um guia de mapas de ruas, nas aulas de geografia da escola, no aparelho de GPS (Global Positioning System) do automóvel e em outras situações, estamos em contato com esta ciência que atua, principalmente, na elaboração e interpretação de mapas. Portanto, a cartografia é uma ciência voltada para a elaboração de mapas, unindo conhecimentos científicos, técnicos e artísticos.

História

Podemos dizer que a cartografia surgiu na antiguidade, pois encontramos representações de mapas na Grécia Antiga, Império Romano, Mesopotâmia, entre outros povos da antiguidade. Evidentemente que os cartógrafos da época antiga não tinham muitos recursos para produzirem mapas com precisão. Os mapas antigos eram repletos de imperfeições, principalmente, no que se refere à proporcionalidade. Mesmo assim, serviam de referência para viajantes e comerciantes da época, que necessitavam muito destas informações para planejarem suas viagens.

Na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI), os cartógrafos foram extremamente importantes. Cada expedição levava um especialista em mapas, pois era importante que as embarcações não se perdessem nos vastos oceanos. Foi no século XVI que os primeiros mapas do continente americano e também do Brasil foram elaborados.

Cartografia na atualidade

Atualmente, os cartógrafos contam com informações gráficas enviadas por satélites. Estes dados chegam com total precisão, cabendo ao cartógrafo interpretá-los e organizá-los de forma científica. Computadores avançados são utilizados nestas operações, oferecendo resultados de grande importância.

Os mapas cartográficos auxiliam na agricultura, previsão do tempo, construção de rodovias, aviação, planejamento ambiental e em vários sistemas de orientação que usamos no dia-a-dia. Esta ciência também é muito importante para o estudo de diversas áreas da Geografia.

Você sabia?

- Comemora-se em 6 de maio o Dia do Cartógrafo.

Bibliografia indicada:

- Cartografia Básica
Autor: Fitz, Paulo Roberto
Editora: Oficina de Textos
Temas: Geografia / Mapas / Cartografia

- Mapas da Geografia e Cartografia Temática
Autor: Martinelli, Marcello
Editora: Contexto
Temas: Geografia / Mapas / Cartografia

- A Cartografia
Autor: Joly, Fernand
Editora: Papirus
Temas: Geografia / Mapas

- Brasil - Uma Cartografia
Autor: Chiavari, Maria Pace
Editora: Casa da Palavra
Temas: Geografia / Mapas

Retirado do site:


06/09/2011 - 9h50 min.

sábado, 3 de setembro de 2011

Olhe a paisagem

Atividade Permanente

Olhe essa paisagem

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Introdução Sempre há uma paisagem com a qual nos identificamos mais, onde nos sentimos "em casa". E, é muito comum que a paisagem que mais nos conforta é aquela que vivenciamos quando crianças. E de que forma a paisagem, coisa externa a nós, passa a fazer parte da nossa vida? Como a apreendemos? Quais são os referenciais que utilizamos numa paisagem, seja urbana ou outra, de forma a nos movimentarmos com segurança? Como criamos referenciais na paisagem para nos localizarmos e nos deslocarmos no nosso cotidiano? Como a paisagem, que já faz parte da nossa vivência emocional, pode também ser fundamental para os nossos deslocamentos? Tal percepção é algo que se aprende e pode ser explorado e exercitado.

Num primeiro momento é interessante pensar que apreendemos a paisagem de forma escalar concomitantemente ao nosso crescimento. Num primeiro momento percebemos a paisagem do nosso entorno mais imediato: a casa, o jardim, o quintal, os pátios dos prédios. Depois vem a rua, as casas e praças vizinhas, o caminho da escola. E achamos tudo muito grande.

Mas também é interessante pensar que nos dias de hoje há diversas formas de apreensão visual da paisagem. A primeira forma de apreensão é a frontal, que é como as crianças se relacionam e apreendem suas paisagens mais imediatas. E é desta forma que as representam. São os componentes de seus desenhos a visão predominantemente frontal dos elementos da paisagem. E esta apreensão frontal, na maior parte das vezes, é feita quando a criança está a pé. Ela utiliza, portanto, métricas pedestres para localizar o que está mais perto e o que está mais longe. E neste caso a topografia do terreno pode ter um valor significativo: se o caminho é plano a criança pode considerá-lo muito mais acessível que um caminho íngreme, por exemplo.

Agora, nas grandes cidades, provavelmente haverá uma paisagem que a criança apreenderá de forma cinemática. É a paisagem vista da janela do carro, do ônibus, do trem, em seus deslocamentos cotidianos. Em movimento, como no cinema. E também será uma paisagem que pode ser apreendida numa viagem ou para quem mora no campo e pode realizar grandes deslocamentos. E esta paisagem estará também noutra percepção escalar, os espaços percorridos serão mais amplos. A apreensão da paisagem aqui poderá ser feita não individualmente, elemento por elemento, mas poderá haver uma apreensão de conjunto: uma classificação por tipos de vias, se ruas ou avenidas; as árvores serão apreendidas no seu conjunto, se tal paisagem é mais ou menos arborizada; assim como as moradias, se predominam prédios ou casas unifamiliares, por exemplo. A relação com esta paisagem será diferente daquela apreendida a pé. E os referenciais também serão diversos daqueles escolhidos numa paisagem local.

E há ainda outra forma de apreensão da paisagem que é a do vôo do pássaro (vertical), quando o deslocamento é feito por avião. Neste caso a escala de apreensão deixará de ser local para ser regional ou talvez até global. E os elementos componentes da paisagem terão outra dimensionalidade. Mas é uma experiência que pode ser bastante restrita para algumas crianças, e na maior parte das vezes não compõe o repertório visual que estas possuem sobre as possíveis apreensões de uma paisagem. A visão vertical de uma paisagem poderá ser suprida com uma foto aérea, e enquanto representação, pelo mapa.

Mas, como estimular nas crianças a percepção e apreensão da paisagem e de seus elementos? Como fazer com que os elementos da paisagem sejam utilizados como referencial nos deslocamentos do dia a dia? É o que propõe esta atividade.


Objetivos
- Exercitar a visualização e a apreensão da paisagem com os focos frontal e cinemático;
- Trabalhar a competência relativa à localização por meio de referenciais definidos na paisagem.

Espera-se como desdobramento desse plano de aula que as seguintes expectativas de aprendizagem sejam alcançadas:

- Que os alunos sejam capazes de observar e representar uma paisagem, por desenho ou outras representações mais esquemáticas;
- Que os alunos consigam identificar na paisagem elementos de referenciamento local;
- Que os alunos consigam realizar classificações da paisagem de forma a apreender a paisagem nos níveis locais e regionais e nos enfoques frontal e cinemático.

Ano
3º, 4º, 5º e 6º

Tempo estimado
3 aulas

Material necessário Cadernetas de anotação
Folhas de papel sulfite
Lápis preto e colorido
Régua

Desenvolvimento das atividades
Primeira aula O (A) professor (a) pode fazer uma dinâmica inicial com os alunos sobre qual ou quais são os entendimentos do termo paisagem. Após os alunos apresentarem suas significações para o termo, o professor deverá expor uma idéia de paisagem o mais ampla possível, que passa pela definição de que paisagem é tudo aquilo que se apreende pelo olhar. Portanto, é o que tem existência física, um prédio, uma árvore, um rio etc. Para se identificar e descrever uma paisagem é preciso passar pelo olhar, pela observação. E saber olhar com enfoques específicos é também um aprendizado.

Neste momento o professor deverá expor a atividade que é exatamente olhar a paisagem e depois representar esta paisagem. E também será exposta a forma de olhar esta paisagem, que é uma apreensão na visão frontal, utilizando-se de métricas pedestres e depois explicar a visão cinemática, onde a métrica de apreensão será numa escala mais ampla. Se houver algum material audiovisual de descrição de paisagem, como por exemplo, filmes onde os moradores descrevem o bairro, ou algum filme que tenha a apreensão cinemática, os road movies. O professor poderá selecionar alguns trechos destes filmes que mostram a paisagem em movimento. Caso seja possível esta atividade, será necessária a previsão de aula adicional para mostrar as imagens.

Na primeira aula, o professor deverá explicar a atividade de observação da paisagem no entorno da residência do aluno. O aluno deverá pedir o acompanhamento de um adulto para realizar esta atividade, pois deverá realizá-la a pé. As anotações ou até desenhos (ou croquis, caso o aluno já tenha realizado alguma atividade de elaboração de croquis cartográficos, para o exercício de representação vertical e de relação entre os objetos - o que está ao lado do que) deverão ser feitos numa caderneta de anotação. É importante ressaltar que o aluno deverá observar quais são as referências principais da paisagem observada, por exemplo, quando ele explica a um amigo onde fica a sua casa, qual é o elemento referencial da paisagem que chama mais atenção?

Segunda aula A segunda aula da atividade deverá ocorrer após todos os alunos terem feito a primeira observação da paisagem na visão frontal. De posse das anotações, os alunos deverão realizar uma representação da paisagem com os recursos que já foram desenvolvidos até o momento. Poderá ser uma representação com os elementos da paisagem na visão frontal, poderá ser um misto de representação frontal e vertical, onde os alunos conseguem representar o traçado da rua, por exemplo, numa visão vertical e desenham os prédios, casas e outras construções na visão frontal.
Na representação os alunos deverão identificar quais são os elementos referenciais da paisagem e fazer uma pequena justificativa sobre por que eles consideram aquele elemento fundamental para a identificação e localização naquela paisagem.

Terceira aula Nesta aula será explicada a continuidade do procedimento de observação e referenciamento da paisagem. Agora será a vez da apreensão cinemática da paisagem. Para tal apreensão, o aluno deverá aproveitar algum deslocamento feito em qualquer tipo de condução (carro, ônibus, trem) para efetuar a observação. As anotações também deverão ser feitas numa caderneta, agora com o enfoque de classificar os conjuntos homogêneos da paisagem e quais são os elementos mais significativos e identificadores deste conjunto, que servem também como referencial para o deslocamento e localização. Uma orientação que pode ser dada para a anotação do aluno é que ele faça uma linha, que é o trajeto do automóvel (ou do ônibus), onde serão anotados os elementos da paisagem que ele considerou mais significativos. Caso seja difícil a anotação em movimento, o aluno deverá efetuar a anotação assim que chegar a seu destino, qual foi a memória da paisagem observada.

Quarta aula Em sala de aula o professor deverá agora orientar a sistematização e representação da observação da paisagem cinemática. O importante nesta segunda representação é atentar para a classificação dos elementos da paisagem, que não poderão mais constar no desenho ou croqui somente individualizados, mas também enquanto parte de um conjunto que contenha certa homogeneidade, que possam fazer parte de uma classe. As representações poderão conter, assim, uma legenda, diversificando as classes que foram apreendidas pelo aluno para classificação da paisagem. Para diversificação visual das classes, poderá ser utilizado o lápis de cor, cores diferentes para classes diferentes.
Nesta representação os alunos também deverão indicar quais foram os elementos da paisagem referenciais no trajeto executado. Poderão fazer uma pequena descrição e justificativa porque definiram tais elementos como referenciais para localização na paisagem observada.

Avaliação
Além da participação nas atividades propostas para desenvolver a percepção e representação da paisagem, algumas atividades complementares podem ser propostas e essas podem se constituir novas situações de avaliação. Os alunos podem perguntar aos pais quais são os referenciais de deslocamento identificados por eles nas mesmas paisagens observadas e representadas na atividade. Será interessante também fazer a comparação entre alunos da classe que observaram e representaram a mesma paisagem. O objetivo será verificar se os referenciais na paisagem que fazem sentido para um adulto são também representativos para uma criança, como por exemplo, sinais de trânsito, que fazem sentido para quem dirige o veículo. Fazer pequenos relatos, orientandos pelos professores. Algo assim pode enriquecer a atividade e servir para verificar o envolvimento dos estudantes.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Rosângela Doin; SANCHEZ, Miguel César & PICCARELLI, Adriano. Atividades Cartográficas. São Paulo: Atual, 4 vols., 1997.

SCHAMA, Simon. Paisagem e memória. São Paulo: Cia das Letras, 1996. 645 p.

FILMES
O Caminho das Nuvens
Tempo de Duração: 87 minutos, Brasil, 2003.
Decidido a buscar uma vida melhor, um caminhoneiro decide levar sua família de bicicleta da Paraíba para o Rio de Janeiro.

Pequena Miss Sunshine
Tempo de Duração: 101 minutos EUA, 2006
Uma família repleta de problemas decide se unir em uma viagem, que tem por objetivo levar a caçula para um concurso de beleza de pré-adolescentes. 
Consultoria: Jaime Tadeu Oliva
Professor de Geografia

Conhecndo a região sul

Geografia

Conhecendo a região Sul

Luiz Carlos Parejo* Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Conceitos

Região Sul, imigração européia, dinâmica econômica regional, divisão territorial do trabalho, organização fundiária e pressão demográfica. Clima, relevo, solo e vegetação associados à ocupação territorial. Impactos sociais e ambientais do uso dos recursos naturais.

Objetivos

O aluno irá analisar, compreender, descrever, localizar, pesquisar, sintetizar, questionar. Também será capaz de entender a formação do espaço da Região Sul com base em sua dinâmica regional e na interação homem-meio ambiente. Para desenvolver essas habilidades e competências, ele deverá:

1) Conhecer as diferenças entre a Região Sul e as outras regiões brasileiras a partir das características naturais (predomínio do clima subtropical) e humanas (forte presença de imigrantes europeus e ocupação inicial a partir de pequenas e médias propriedades);

2) Conhecer as diferentes sub-regiões do sul com base em suas diferenças naturais e sociais;

3) Produzir textos para a elaboração de um jornal, treinando a capacidade de síntese;

4) Saber usar/ler mapas, maquetes, gráficos e tabelas: importantes recursos para o entendimento da região. Essa leitura, bem como a implantação de dados nos mapas, permitirão que o aluno associe e correlacione os diferentes fenômenos abordados;

5) Compreender a dinâmica natural com base na interação dos elementos que a compõem: relevo, clima, vegetação (principalmente a Campanha Gaúcha e o Domínio das Araucárias), hidrografia (principalmente a partir do seu aproveitamento hidráulico), solos, etc.;

6) Conhecer a ocupação territorial da região a partir dos ciclos econômicos, preocupando-se com o papel de fornecedor de alimentos (carne bovina, especialmente);

7) Localizar as principais cidades, avaliando a hierarquia urbana e as densidades demográficas, relacionando-as com os meios de transporte e com as sub-regiões, com destaque para a Campanha Gaúcha (latifúndios) e área de ocupação em pequenas propriedades, comparando o nível de desenvolvimento;

8) Compreender a importância do Sul do ponto de vista da divisão territorial do trabalho;

9) Compreender a existência das desigualdades sociais internas, apesar da aparente homogeneidade étnica (favelas, pobreza, etc.).

Estratégia

1) Propor a confecção de mapas das sub-regiões, enfocando densidade dos transportes, hierarquia urbana, clima, relevo, vegetação e hidrografia. Solicitar um texto comparando a ocorrência desses fenômenos nos diferentes mapas;

2) Pesquisar e ler os textos do UOL Educação sobre o tema;

3) Pesquisar sobre a cultura regional: festas, arquitetura, costumes, comidas, frutas, músicas, literatura, etc.;

4) Construir uma maquete do relevo (altimetria) da região Sul e localizar: rios principais, maiores cidades, rodovias, localização das principais atividades econômicas, etc.;

5) Criar um jornal dividido em seções que tratem dos três estados da Região Sul, valorizando os aspectos locais e as articulações com outras regiões do Brasil (por exemplo: a produção de carne de aves em Santa Catarina é vendida em quais estados?);

6) Criar uma agência de viagens imaginária, com roteiros que passem por todas as sub-regiões. Sugerimos ao professor valorizar as qualidades do local e indicar lugares com forte potencial turístico.

Conclusão da atividade

1) Organizar uma exposição para apresentar as maquetes;

2) Entregar o(s) jornal(is) para o conjunto dos alunos e funcionários da escola, se possível.

*Luiz Carlos Parejo é geógrafo e professor de geografia.