domingo, 9 de outubro de 2011

INCLUSÃO DIGITAL, CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO CAMINHAM JUNTOS.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – UAB
JAIR PEREIRA
REGINA DO ROCIO MOTTA


INCLUSÃO DIGITAL, CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO CAMINHAM JUNTOS. 

1 TEMA
                 O presente projeto propõe um trabalho de pesquisa científica que, demonstre que pessoas com déficit intelectual, podem desenvolver-se e exercer melhor sua cidadania, com a utilização da informática no processo de ensino e aprendizagem.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
                 A escola como instituição voltada para a formação de cidadãos, hoje, numa sociedade globalizada, deve tratar as tecnologias de informação e comunicação, como instrumento fundamental de uma educação comprometida com o desenvolvimento da autonomia intelectual do estudante. Proporcionando a inserção deste no mundo digital e midiático, a escola buscará atividades que propiciem o desenvolvimento das estruturas cognitivas, intelectuais e emocionais para ele exercer plena e conscientemente sua cidadania. Sendo assim, a escola contribuirá para uma sociedade que perpetue o estado de direito democrático, que preserve a justiça e os direitos constitucionais e que permita o uso dos bens materiais e culturais produzidos pela humanidade. Os alunos com déficit intelectual, antes de serem especiais são pessoas com todos os direitos do ser humano, portanto, a deficiência vem em segundo plano. Faz-se necessário ressaltar de que se trata de alunos diferentes e, isto implica que os pais, os educadores e a sociedade como um todo, se ajustem a sua diferença. Ao pensarmos na utilização de computadores na educação, devemos considerar a colaboração que a educação dá as reformas sociais e que a tecnologia é importante como meio para alcançar estes fins, não indicando finalidades e valores norteadores para seus usuários. São estes que se utilizarão dela para veicular finalidades e valores adequados a sua realidade. Desta forma os alunos com déficit intelectual não podem continuar alijados do uso da informática no processo de ensino e aprendizagem. Hoje o cidadão está rodeado por computadores, portanto, cabe a escola incorporar este instrumento ao seu cotidiano, para que, desta forma, possa facilitar a vida do educando em seu meio social. Neste sentido o processo de desenvolvimento da pessoa com déficit intelectual, não mais do que outras, necessita incorporar as novas tecnologias, sobretudo a informática. A inserção de um trabalho pedagógico informatizado desperta no aluno o interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento, a partir do mecanismo do aprender fazendo. O presente projeto pretende comprovar que partindo da realidade, das necessidades e dos interesses de alunos com déficit intelectual, podemos fomentar o prazer pela descoberta e provocar a mudança de comportamento tão desejada por aqueles que pretendem a reestruturação da educação. Acreditando que novos tempos exigem novas condutas de ajuda mútua, flexibilidade e criatividade para responder questões que a sofisticação da sociedade da era da informática exige dos cidadãos. “Principalmente “se entendermos como Vygotsky, ao afirmar que:” a deficiência não é só impossibilidade, mas, também força”. Nesta verdade se encontra o inicio e o fim da educação de alunos com déficit intelectual.
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL

                 Comprovar que, através do uso da informática, pessoas com déficit intelectual podem ter seu desenvolvimento potencializado e, portanto, exercerem sua cidadania.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·         Sensibilizar o corpo docente e discente, para a importância do uso da informática, para o desenvolvimento cognitivo.
·         Promover a integração da tecnologia digital com o processo de  aprendizagem, de forma inter, multi e transdisciplinar, em atividades variadas.
·         Utilizar o computador, numa visão interdisciplinar, como uma nova ferramenta de trabalho que privilegia a criação de um ambiente facilitador, de prazer e aprendizagem contínua e autônoma.
·         Mapear o desenvolvimento individual, dos alunos nas aulas de informática, através de relatórios.
·         Verificar os resultados obtidos, com o uso da tecnologia digital, no desenvolvimento individual.
·         Demonstrar a melhoria da qualidade de ensino através da tecnologia digital na educação, de forma interdisciplinar.
4 JUSTIFICATIVA

                 O processo educacional vem sofrendo mudanças, não só no Brasil, mas em todo mundo, diante disto percebemos que os alunos com déficit intelectual podem ter melhor desenvolvimento utilizando-se da informática.
                 O homem moderno já não se satisfaz com os processos de ensino formais, pois estes não atendem as condições de aprendizagens atuais, impostas pelas mudanças socioculturais e tecnológicas, caracterizadas pela necessidade de independência na busca de informações e construção do conhecimento.
                 Pensar em aprendizagem nos moldes tradicionais, não é mais possível, pois se corre o risco de estar desatualizado e oferecer fórmulas que já não funcionam.
                 A sociedade informatizada é uma realidade que leva-nos a uma profunda reflexão do papel do homem e da escola, dentro de um contexto repleto de máquinas, tecnologia e rapidez no processamento da informação.
                Diante de tantas mudanças, a introdução e a rapidez das implantações dos computadores nas escolas vem se constituindo em uma questão fundamental para todos aqueles que trabalham com a informática como instrumento de auxilio das tarefas pedagógicas e/ou atividades diárias.                                     
                  Segundo TIRADO e SILVA (1999), para se viver em sociedade hoje, é preciso mais que o simples conhecimento das diversas disciplinas. É necessário fazer a articulação desse conhecimento com o cotidiano, preparar-se para tomar decisões em situações que exigem raciocínio rápido. Investir em alternativas educacionais voltadas para esse pensamento é acompanhar a evolução do modelo social em que vivemos contribuindo para a sua adequação as necessidades humanas.
                 Tentando suprir parte da necessidade humana, o computador deve ser utilizado na escola pensando-se na preocupação dos pais com relação as oportunidades profissionais que o conhecimento de informática poderá proporcionar.
                A inserção de um trabalho pedagógico apoiado no computador  despertará nos educandos, sejam eles portadores de déficit intelectual ou não, o interesse e a motivação necessários para a descoberta do conhecimento a partir do mecanismo aprender - fazendo. Pois, de acordo com Vygotsky, é sumamente relevante para o desenvolvimento humano o processo de apropriação, por parte do indivíduo, das experiências presentes em sua cultura (Vygotsky-1987). Sendo assim, o acesso de nossos alunos aos recursos tecnológicos oferecidos pela sociedade e escola pode influenciar de forma determinante em seu processo de aprendizagem.
5 HIPÓTESES / PERGUNTAS NORTEADORAS
                 O uso da tecnologia digital facilita o desenvolvimento dos alunos com déficit intelectual.
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO DE LITERATURA

                 Segundo VASCONCELOS (1994), é preciso motivação para aprendizagem, pois o conhecimento se dá na relação sujeito-objeto-realidade, com a mediação do professor. Quando o aluno não tem oportunidade para construir seu conhecimento ele não aprende, a informática dá oportunidade à construção do conhecimento, pois só é capaz de interagir com a máquina quem realmente aprende. Seu aprendizado é contínuo (sempre há uma novidade), sendo assim o aluno precisa ampliar seu conhecimento e com isso ele, mesmo sem perceber, torna-se um ser pensante, capaz de tomar decisões, necessitando apropriar-se dos conceitos já elaborados.
                 Utilizando a informática, seu conhecimento (em todas as áreas) será crítico, criativo e duradouro, pois propicia a mobilização para o conhecimento (vínculo significativo inicial entre o sujeito e o objeto), a construção do conhecimento (confronto entre sujeito e objeto), elaboração e expressão da síntese do conhecimento (sistematização dos conhecimentos), que vem sendo adquiridos bem como sua expressão na sociedade.
                 Quando partimos da prática para a sistematização, ou seja, quando o aluno realiza e posteriormente organiza e analisa as ideias trabalhadas, o resultado deste processo consiste na real construção do conhecimento.
                 FREIRE (2002) percebe essa dissociação, “disjuntas no ambiente educacional, educação intelectual e educação corporal são realizadas como se nada tivessem a ver uma com a outra,  com absoluta independência entre elas, a não ser por um aspecto: há que se considerar o fato de que a atitude imposta aos alunos em sala de aula constitui uma verdadeira educação corporal – quem fica anos e anos sentado em uma carteira, aprende a ficar sentado”.
                Neste sentido a proposta deste projeto visa envolver alunos da educação especial para acrescentar ao esforço educacional o resgate do prazer em aprender, pois se observa que na pratica pedagógica é que os alunos apresentam dificuldades de concentração, atenção, raciocínio analítico e sintético em relação às atividades propostas.
                Para GARDNER, todos os indivíduos têm habilidades de questionar e procurar respostas, usando todas as inteligências e cada uma destas, tem sua forma própria de pensamento além de seu sistema simbólico.
               Segundo o PCN (1997: p. 86), Documento de Ética, “(...) uma criança a quem nunca se dá a possibilidade de pensar, de argumentar, de discutir, acaba frequentemente por ter seu desenvolvimento intelectual embotado, nunca usando pensar por si mesmo, sempre refém das “autoridades” que tudo sabem por ela. (...)”.
                 A interação em ambiente informatizado solicita do sujeito à representação de suas ações, a comparação de diferentes representações, a formulação e testagem de hipóteses. O ser humano desde que nasce, é um organismo ativo e curioso que se direciona, experimenta e busca meios de regular o equilíbrio entre o que compreende e o que experimenta em seu ambiente. Tendo que justificar ações, o aluno aprende a tomar decisões e a tornar inteligíveis aqueles argumentos que julga explicar o como e o porquê de tais ações. É importante enfatizar que o editor gráfico não só possibilita a representação de algo como pode atuar na própria imagem mental, construindo-a e reconstruindo-a.

7 METODOLOGIA
               O presente projeto de pesquisa será desenvolvido em quatro fases distintas.
                 Inicialmente, investigar a referência documental já existente sobre o uso da informática no Ensino Regular e na Educação Especial, ressaltando pontos relevantes da investigação; confrontando os resultados obtidos nesta fase da investigação.
                  Já na segunda fase, será feita uma pesquisa junto ás escola de educação especial (buscar três: uma estadual; uma municipal e outra particular) para saber como estão adequadamente estruturadas para o trabalho de informática. Nesta fase serão ser feitas comparações entre as mesmas.
                 A terceira fase será realizada diretamente com um grupo de alunos da Escola Municipal Moradias do Ribeirão, no laboratório de informática. Nesta etapa da pesquisa, serão utilizados softwares educativos como, por exemplo: Aladim; Tarzan; Coelho Sabido – em suas varias versões; Sítio do Pica pau Amarelo; Micromundos, etc. para que os alunos se apropriem do conhecimento sistematizado de forma lúdica. Seu desenvolvimento será acompanhado através de relatórios da professora regentes, professores auxiliares e da professora do laboratório de informática.
                 A última fase será a análise dos dados para a comprovação ou não da hipótese levantada.

REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental – Parâmetros Curriculares Nacionais: Ética, MEC/SEF, 1997.
FREIRE, J. B., A Educação Intelectual e Corporal Numa Perspectiva Construtivista, Disponível em http://www.decorpointeiro.com.br/, acesso em maio de 2005.

GARDNER, H. Inteligências múltiplas – a Teoria na Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
PÁTIO, Tecnologias Educacionais: Para além da sala de aula. Ano III, nº. 9 Maio/Julho, 1999.
PÁTIO, Educação a Distância. Ano V, nº. 18 Agosto/Setembro, 2001.

PÁTIO, Inclusão Digital e Jogos Educativos Informatizados no Ensino de Matemática. Ano XI, nº 41 Fevereiro/Abril, 2007.

VASCONCELOS, C. S. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. São Paulo: Libertad, 1994.

VYGOTSKY, L. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

TIRADO, A. C. S. B.; SILVA, W. Meu Primeiro Livro de Xadrez: curso par escolares. – Curitiba: Expoente,1995.




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