BRINCAR E
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Regina do
Rocio Motta¹
Desde o início de minha
carreira profissional, sempre levantei a bandeira sobre a importância da
brincadeira na educação infantil (como também na educação especial).
As
DCNEIs (Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil/2010) destacam
a brincadeira como atividade privilegiada na promoção do desenvolvimento nesta
fase da vida humana. É através do brincar que podemos desenvolver habilidades
de memória, atenção, imitação, habilidades motoras como equilíbrio e
coordenação, além de aprender a conhecer, a fazer e a conviver, estimulando a
curiosidade, autoconfiança, autonomia, linguagem e o pensamento.
O brincar faz parte da vida da
criança. É brincando que ela inicia, desde a mais tenra idade, sua interação
com o mundo, estabelecendo formas de comunicação, relacionamento e
experimentação. O brincar é atividade constante e natural, que estimula o
aprendizado e a apreensão de valores culturais e sociais. O adulto de maneira
geral vê as atividades lúdicas quando praticadas por ele como atividades de
lazer e ócio e quando se trata da criança, acredita que a brincadeira tem
sempre valor educativo. Nem sempre é assim. O brincar é livre. Tem valor
essencial no desenvolvimento dos seres, mas é também atividade criativa, de
diversão e descontração. E, ainda assim, é no brincar que a criança tem a
possibilidade de desenvolver habilidades motoras, perceptivas e cognitivas.
Muitos estudos com crianças sugerem que o brincar da criança requer estratégias
sociais de grande complexidade. A criança não se limita a imitação do mundo
adulto, elas reinventam a todo tempo, um novo mundo. Esse mundo tem um pouco do
que recebe de informação e um pouco dela mesma e de seus gostos e paixões
próprias. (MORAIS E PÚBLIO, p.13)
Na concepção de Wallon (1945), o lúdico está intrinsicamente
ligado a infância e é uma atividade realizada com prazer. Sendo que este
brincar é imprescindível para a criança, facilitando seus sentidos e seu desenvolvimento
em todos os aspectos.
O brincar aberto, aquele que
poderíamos chamar de a verdadeira situação de brincar, apresenta uma esfera de
possibilidades para a criança, satisfazendo suas necessidades de aprendizagem e
tornando mais clara a sua aprendizagem explícita. Parte da tarefa do professor
é proporcionar situações de brincar livre e dirigido que tentem atender às
necessidades de aprendizagem das crianças e, neste papel, o professor poderia
ser chamado de um iniciador e mediador da aprendizagem. Entretanto, o papel
mais importante do professor é de longe aquele assumido na terceira parte do
ciclo do brincar, quando ele deve tentar diagnosticar o que a criança aprendeu
- o papel de observador e avaliador. Ele mantém e intensifica esta aprendizagem
e estimula o desenvolvimento de um novo ciclo. [...] O treinamento inicial e
prático dos professores precisa assegurar que eles adquiram suas competências
nesta área a fim de acompanhar as tendências nacionais e manter o papel vital
do brincar no desenvolvimento das crianças. (MOYLES, 2002, p.36)
Sendo assim, e como vimos nos teóricos citados,
o brincar tem papel fundamental para
desenvolvê-la com a criança, permitindo à ação, afetiva, a construção,
representações mentais a manipulação com o brinquedo o desempenho de ações, e
as trocas nas interações. O jogo possui inúmeras representações que a criança
tem como opção de aprendizado que vai contribuir com o conhecimento e a
desenvoltura da criança na sua educação lúdica infantil.
A função lúdica na educação: o brinquedo
propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente a
função educativa, o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em
seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. O brincar e jogar e dotado
de natureza livre típica de uns processos educativos. Como reunir dentro da
mesma situação o brincar e o educar. Essa e a especificidade do brinquedo
educativo. (KISHIMOTO, 2003, p.37).
Observa-se
que o brincar e jogar são potencializadores do processo de aprendizagem na
educação infantil, sendo inseridos na proposta pedagógica, com intencionalidade
e com mediação do docente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010. 36 p. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view =download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em 25 de 05 de maio de 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010. 36 p. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view =download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em 25 de 05 de maio de 2016.
MOYLES, J. R. Só
brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
200 p.
KISHIMOTO, T. Jogo, brinquedo, brincadeira
e educação. São Paulo: Cortez, 1994.
MORAIS
, Aline; PÚBLIO, Rafael. Brincar é coisa séria! In: Brinquedos e Brincadeiras
Inclusivos. IMG (Instituto Mara Gabrilli). Disponível em:
http://img.org.br/images/stories/pdf/brinquedos.pdf, acessado em: 10/02/2016.
WALLON, HENRI. A evolução psicológica da criança. São Paulo:
Cortez, 1945.
¹ Regina do Rocio Motta – professora/geógrafa/pedagoga; especialista
em Educação Básica, em Educação Especial, cursando especialização em Psicopedagogia.
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