sexta-feira, 27 de julho de 2012

O LÚDICO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA FACILITADORA DA

Educação, Ciência e Inovação  Santa Maria, RS, 11 a 13 de novembro de 2009

O LÚDICO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA FACILITADORA DA  APRENDIZAGEM E DA SOCIALIZAÇÃO 1     Segala, V.2;     Santos, L.M. dos3

1 Artigo Relatório de Estágio Supervisionado IV_ UNIFRA
2 Acadêmica do 7º semestre do Curso de Pedagogia, Área de Ciências Humanas, Centro Universitário Franciscano (UNIFRA)  Santa Maria , Rio Grande do Sul, Brasil.
3 Professora do Curso de Pedagogia, Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Rio Grande do Sul, Brasil.

E-mail: vanessasegala@uol.com.br, lozicler@yahoo.com.br

RESUMO
Esse artigo refere-se ao relato, considerações e reflexões sobre o Estágio Supervisionado IV, do Curso  de Pedagogia, 7° Semestre, do Centro Universitário Franciscano, Santa Maria/RS numa turma de 3º ano do  Ensino Fundamental, realizado em Colégio Estadual, na referida cidade, no período de março a julho/2009  totalizando 68 horas, tendo como temática “A ação docente e as atividades lúdicas como facilitadoras do  processo ensino-aprendizagem”. O estágio teve por objetivo contextualizar e desenvolver ações docentes, com  auxílio de atividades lúdicas, visando aspectos educacionais e pedagógicos. Para tanto, utilizou-se uma  metodologia baseada na ludicidade capaz de envolver o aluno e fornecer resultados positivos no processo de  aprendizagem, além de contribuir para socialização. Concluiu-se que falta muito, para a mudança, não basta à  simples formação do professor e sim seu comprometimento com o processo de aprendizagem com resultados  positivos; além de uma constante avaliação de sua proposta metodológica.



Palavras-Chave: Ensino; Lúdico; Formação de Professor.



1. INTRODUÇÃO

              Esse artigo refere-se ao relato, considerações e reflexões sobre o Estágio Supervisionado IV,  do Curso de Pedagogia, 7º semestre, do Centro Universitário Franciscano, Santa Maria/RS, que foi realizado em uma Escola Estadual, na cidade de Santa Maria/RS, no período de março a julho/2009,
totalizando 68 horas, tendo como temática “A ação docente e as atividades lúdicas como  facilitadoras do processo ensino-aprendizagem”. A proposta de trabalhar com o lúdico foi no  sentido de minimizar os problemas oriundos do comportamento dos alunos em relação às propostas  metodológicas desenvolvidas pela escola e em relação ao seu contexto social como miserabilidade,  violência e repetência. Para tanto, utilizou-se uma metodologia baseada na ludicidade capaz de  envolver o aluno e fornecer resultados positivos no processo de aprendizagem, além de contribuir  para a socialização. Nesse sentido, realizou-se um estudo da realidade escolar com a finalidade de  projetar um trabalho significativo tanto para a nossa formação docente, quanto para as necessidades  da instituição.  O período de estágio deu-se em três momentos. Monitoria – com a finalidade de entrar em  contato com o ambiente escolar, especificamente na área de ação docente, considerando que só  conhecendo essa realidade poderíamos desenvolver o projeto; Elaboração do projeto – buscou-se  com base em aportes teóricos obter subsídios para a construção de atividades que fossem ao  encontro das necessidades da turma. Aplicação de atividades baseadas na ludicidade – as ações  foram colocadas em prática fazendo-nos refletir acerca da importância do papel do educador como  mediador do processo ensino-aprendizagem.
             Nesse sentido, o estágio teve por objetivo contextualizar e desenvolver ação docente nos  seus aspectos pedagógicos e educacionais, observando entre outros, o planejamento e a  implementação dos planos pedagógicos, bem como a estrutura organizacional e também realizar  atividades lúdicas que minimizassem os problemas oriundos do comportamento dos alunos, da turma  do 3º ano do Ensino Fundamental, em relação às propostas metodológicas desenvolvidas pela escola
e professora.


2. METODOLOGIA

                 As pessoas envolvidas nesse trabalho foram 18 crianças do 3º ano do Ensino Fundamental,  duas alunas estagiárias do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) e a  professora coordenadora do mesmo.  O desenvolvimento do projeto envolve o aprendizado contínuo e permanente, com a  combinação de diversas técnicas, método de pesquisa disponível para o ambiente analisado junto aos  saberes especializados e formais. 
                O professor deve observar as potencialidades e as possibilidades de cada aluno, para assim desenvolver atividades que venham ao encontro das necessidades e experiências sentidas e vividas por eles. Está é uma concepção onde o professor orienta o aluno no processo ensino-aprendizagem, valoriza o conhecimento prévio do mesmo, relaciona teoria com a prática, realiza várias atividades lúdicas, entre elas citamos os jogos, a música e a dança, que priorizam o aprender a aprender. 
               A pesquisa que resultou nessa sistematização foi motivada pela constatação de que é possível amenizar a desmotivação, o desinteresse ou até mesmo as dificuldades de aprendizagem enfrentadas no dia-a-dia com o “uso do lúdico na construção do conhecimento”.


3. CONTEXTUALIZAÇÃO E RESULTADOS DAS ATIVIDADES REALIZADAS

                 A contextualização da instituição de estágio foi feita por meio de análise e observação da realidade escolar, onde foram obtidas várias informações. O Colégio Estadual em questão localiza-se na zona leste da cidade. Este Colégio atende 801 alunos, sendo distribuídos da seguinte maneira: pela parte da manhã, das 7h 40mim às 11h 55 mim, estão matriculados 245 alunos, à tarde, das 13h 20mim às 17h 40mim, estão matriculados 328 alunos e das 19h às 22h 30mim, estão matriculados 229 alunos.
                 A escola possui sede própria, com espaço físico apropriado, possuindo ao todo onze pavilhões, pracinha, sala de vídeo, sala de área técnica, biblioteca, sala de educação artística, sala de educação física, laboratório de ciências, laboratório de informática, galpão crioulo, serviço de coordenação pedagógica nos três turnos.
               O serviço de coordenação pedagógica é exercido por uma coordenadora, a qual possui graduação em Pedagogia, e com duas auxiliares que são pedagogas e duas professoras habilitadas em Língua Portuguesa.
               Semanalmente são realizadas reuniões pedagógicas nos três turnos, onde abordam temas como inclusão, sala de aula, alunos, cadernos de chamada, e as dificuldades apresentadas durante a semana, além dos planos de estudos que são organizados trimestralmente.
              Com a participação de toda a comunidade escolar são realizadas atividades globalizadas que envolvem a reestruturação do projeto pedagógico, com a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, mudanças da matriz curricular como implantação de disciplinas de Redação, Sociologia, Espanhol, Educação Física no turno inverso, calendário de provas, mudanças nas avaliações, prova de reclassificação da Educação de Jovens e Adultos, aulas de reforço e reuniões pedagógicas.
              Esta instituição escolar oferece atividades extraclasses Consta no planejamento do ano corrente, atividades pedagógicas como: festa juliana, jantar de aniversário do colégio, semana da pátria, semana farroupilha com a chegada da chama crioula, escolha da garota e garoto da escola, festa do dia das crianças, festa de hallowen, risoto para a comunidade, jantar de confraternização dos funcionários, formatura do Ensino Médio, atividade integrada da Educação de Jovens e Adultos.
              Tais aspectos são considerados de extrema importância para o conhecimento da realidade escolar, uma vez que com estes dados pode-se pensar em atividades docentes mais agradáveis, prazerosas e que realmente vão ao encontro do interesse dos alunos.
              Apesar das várias propostas e ações existentes no âmbito da instituição, como o clube de mães, escolinha de futebol de campo, clube de futsal feminino, clube de vôlei, futebol infantil e juvenil, projeto criança dourada, percussão e conto no Ensino Fundamental, dança tradicionalista, capoeira, ginástica rítmica, projeto de redação; aulas de reforço de Física e Matemática para o Ensino Médio e para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental, projeto de teatro, participação na feira do livro (teatro feirinha de Machado de Assis), participação na prova Brasil e no SAERS; percebe-se que os resultados continuam insatisfatórios, o que demonstra a necessidade de mudanças no contexto educacional. Parece estar presente a realidade do ensino tradicional ou empírico baseado na disciplina e hierarquia onde a troca de idéias entre ele e os colegas não é estimulada; os conteúdos são vastos e há um grande número de disciplinas.
                Nessa tendência pedagógica, muitas vezes o aluno é visto como um “produto”, sendo o professor responsável por classificá-lo em capaz ou incapaz. Conforme afirmam os PCNs (1997, p.30), essa prática de ensino mostrou-se ineficaz, pois

[...] é uma proposta de educação centrada no professor, cuja função se define como a de vigiar e aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria através de aulas expositivas, devendo os alunos prestar atenção e realizar exercícios repetitivos, a fim de memorizar e reproduzir a matéria ensinada.[...] Na maioria das escolas esta prática pedagógica se caracteriza por sobrecarga de informações que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, para os alunos, muitas vezes destituído de significação e burocratizado.

               O professor, aqui, é visto como elemento central no processo de ensino e aprendizagem, sendo a autoridade máxima intermediária entre o aluno e o conhecimento, um organizador dos conteúdos e estratégias de ensino e, portanto, o guia exclusivo do processo educativo.
                Assim sendo, o professor torna-se um dos principais, senão o mais importante ator dessa mudança. Portanto sua formação e sua prática têm sido motivos de estudos. Diante dessa realidade, embora nesta instituição escolar sejam inúmeras as atividades extraclasses, talvez estas, não estejam sendo utilizadas de forma adequada, pelos alunos, e não atingem seus objetivos; assim, a utilização de atividades lúdicas pode contribuir para uma melhoria nos resultados obtidos pelos educandos. Óbvio, que as atividades lúdicas não incluiriam toda a complexidade que envolve o processo educativo, mas poderiam auxiliar na busca de melhores resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças. Estas atividades seriam mediadoras de avanços e contribuiriam para tornar a sala de aula um ambiente alegre e favorável, com respeito, regras e disciplina.
                O professor comprometido com mudanças poderá encontrar na proposta do lúdico uma rica
metodologia, que contribuirá para diminuir os altos índices de fracasso e evasão escolar verificado nas escolas. Em relação a essas mudanças alternativas do ensino – aprendizagem, Rosa (1997, p.41)
coloca que,

Os teóricos do construtivismo constatam que o aluno é sujeito de sua própria aprendizagem, o que equivale a dizer que ele atua de modo inteligente em busca da compreensão do mundo que o rodeia, automaticamente estão dando uma grande "dica" aos educadores, e lançando também um grande desafio. É como se dissessem: "sejam o centro do processo de ensino; criem, junto com os alunos, os seus próprios caminhos; descubram alternativas pedagógicas em sala de aula”.

                Neste contexto, Rosa (1997) nos mostra com clareza o papel do professor como mediador. Não basta deter o conhecimento e querer repassar informações, precisamos estar abertos para que nossos alunos nos indiquem o caminho a ser seguido. Dentro desta realidade, faz-se necessário um pensar sobre a práxis, o ambiente escolar e as verdadeiras necessidades dos educandos. O comprometimento e o querer a mudança faz a diferença. Dentro desta metodologia lúdica, os jogos representam uma maneira pedagógica de brincar e socializar, com o objetivo de transmitir às crianças confiança em si mesmas, e ao mesmo tempo conhecer suas habilidades e limitações. Ajudam, a despertar no indivíduo, o respeito ao próximo, solidariedade, espírito crítico e integração com o meio. Para que os resultados sejam positivos, o educador deve conversar sobre o objetivo, as regras, comparar jogadas, justificar, como forma de potencializar os efeitos do jogo de regras no desenvolvimento do pensamento. Ao conhecer e aceitar as regras a criança percebe limites e busca formas de posicionamento que facilitem seu desempenho. Quanto a isto Golbert (1999, p. 44) afirma,

[...] os alunos têm a oportunidade de refletir sobre a experiência e elaborá-la, num processo simultaneamente pessoal e social. [...] através das regras explicitas e implícitas da utilização do material, da experimentação, da observação, da demonstração, a criança ultrapassa o nível do desenvolvimento espontâneo de estruturas cognitivas elementares – ações e percepções -, para desenvolver estruturas mentais superiores, qual sejam, abstrações, relações, análises e sínteses, inferências, generalizações, que emergem num processo socialmente mediado.

                  Corroborando com a posição de Golbert, salienta-se a proposta realizada durante o estágio, na área de matemática, por meio do jogo do Bingo, com intuito de ensinar o processo de multiplicação aos alunos. Todos precisavam pensar agrupar elementos e ver se o resultado encontrava-se nas fichas, desta forma, foi trabalhada a tabuada do dois. Uma das dificuldades dos professores em sala de aula é a agressão, a falta de limites, e o desrespeito dos alunos para com eles. Não há disciplina em sala de aula. A falta de interesse e compromisso da família e, além disso, os acontecimentos e a evolução fora da escola é mais instigante para os alunos do que as propostas de trabalho que são oferecidas em sala de aula.
                Por serem de uma classe social baixa, alguns em situação de miséria, a preocupação destas crianças se iguala a de um adulto, apresentando assim dificuldade de aprendizado e trazendo para sala de aula as conseqüências que vivenciam e, conseqüentemente seus traumas do cotidiano. Aquino (1997, p.46) comenta que

As várias combinações de classes sociais, grupos ocupacionais, religiões, modos de acesso a produtos culturais, valores e objetivos educacionais das famílias etc., podem produzir diversas formas de relacionamento entre a cultura da escola e a cultura de seus usuários. A escola representa uma modalidade específica de relação entre sujeito e objeto de conhecimento, resultante de um determinado processo histórico de construção dessa instituição, que pode ser mais ou menos compartilhada pelos alunos e seus familiares. A falta de compatibilidade entre o que é pretendido pela escola e o que é desejável, ou possível, para seus alunos, acirrada pelo processo de democratização do acesso de diferentes grupos à escola, é fonte indiscutível de fracasso escolar [...]”.

                Após o conhecimento da realidade da escola, sentiu-se a necessidade de apresentar um trabalho que contribuísse com o desempenho dos alunos, nas diferentes disciplinas, por meio de atividades lúdicas como jogo, música, dança e artesanato, ferramentas lançadas, quando decidiu-se realizar um trabalho diferenciado que conseguisse buscar ou voltar o interesse dos alunos para a aprendizagem.
                Os assuntos trabalhados neste período abrangeram algumas datas comemorativas como Descobrimento do Brasil e Dia do índio; além de produção textual; sinais de pontuação, introdução da noção de multiplicação. A proposta de estágio baseou-se na ludicidade, buscando explorar a criatividade e a espontaneidade de cada um, uma vez que a realidade vivenciada, em sala de aula, era muito triste, visualizou-se, diariamente, na monitoria e nos dias de estágio uma grande violência em sala de aula, desde agressões verbais entre colegas que chegavam, caso não houvesse interferência, em agressões físicas. Quanto a isso cita-se Vasconcellos, (1997, p.245)

Muitos problemas de indisciplina têm origem na questão do desrespeito. Com freqüência, a indisciplina é uma manifestação de coeficientes de poder não adequadamente equacionados; só que nossos alunos não vão, evidentemente, levantar a mão e argumentar: "Professor, gostaria de pôr em questão nossa relação, tendo em vista a percepção de que entramos num processo de reificação, onde minhas potencialidades ontológicas e epistemológicas estão sendo subestimadas"...

               Eles não conseguem verbalizar isto de uma maneira clara, mas vão manifestar de alguma forma que as coisas não vão bem, como por exemplo: querer sair a todo o momento da sala de aula, ficar conversando fora do assunto, não fazer as lições, agredir o colega ou o professor etc. Diante da queixa da violência do aluno, precisaríamos refletir: quer violência maior do que a negação da esperança, a negação de um futuro melhor a que o aluno, especialmente das escolas públicas, está submetido? Se queremos enfrentara questão da violência do aluno, com certeza o caminho não é usar outra violência ou ser
conivente com ela.
                O lúdico foi trabalhado quando da confecção de um livro sobre as estações do ano, (com colagens de diferentes texturas), que teve por objetivo fazer com que as crianças percebessem os fenômenos naturais através das mudanças das estações do ano. Quanto à data descobrimento do Brasil, foi desenvolvido um trabalho com dobraduras (caravelas) e uma música; teve por objetivo reconhecer as belezas naturais, as riquezas e a historia do território. Outro tema, o dia do índio, realizou-se a confecção de um vaso indígena em duplas, teve por objetivo reconhecer as diferentes culturas. O trabalho proporcionou divisão da tarefa e respeito às habilidades ou ausência delas, no outro. Quanto a área de Português, os sinais de pontuação, foram trabalhados por meio da elaboração de frases em grupo (a proposta assemelhou-se a uma gincana cujo objetivo era identificar o sinal de cada uma e pontuá-las) – o intuito do trabalho foi o de desenvolver a gramática e a oralidade bem como identificar os sinais de pontuação. Nas atividades de Produção textual, o objetivo era despertar o hábito da leitura e da escrita, realizou-se um amigo secreto, onde o presente era um recado para o colega. Nas atividades de raciocínio lógico-matemático trabalhou-se com a idéia da multiplicação através de um jogo do bingo da tabuada do dois (2), cujo objetivo era explicar como se desenvolve o processo da multiplicação.
                 Toda a proposta de estágio oportunizou aos alunos experiências novas e significativas. A surpresa ou a expectativa pela nova atividade manteve o interesse da turma e, assim, todos acabaram participando da proposta com muito empenho e comprometimento. A proposta de trabalho talvez tenha agradado pela forma como foi ofertada. Mas, entende-se que, somente isso, não basta para uma mudança significativa do contexto da escola. Precisa-se, além da formação do professor, uma constante analise da proposta metodológica e um comprometimento, permanente, com a aprendizagem do aluno, tanto dos educadores, como da família. Acreditando que a escola não é um mundo a parte, é necessário que o educador construa seu planejamento a partir da realidade na qual o educando está inserido, tornando o aprendizado mais viável e significativo. É importante considerar o desejo, a vontade e o significado do aprender do aluno, seu nível de aprendizado, seu conhecimento prévio e sua criatividade.


4. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

                A disciplina de Estágio Supervisionado IV representou para as, acadêmicas do curso de Pedagogia, uma oportunidade enriquecedora para o contexto profissional, ampliando o conhecimento, também, na área de gestão educacional.
                O estágio deve assumir sua função prática, neste sentido, dar suporte para o pedagogo enfrentar os desafios que a estrutura organizacional de uma escola pode apresentar. Sabe-se que a educação tem um enorme poder de transformação da sociedade, sendo assim há necessidade de profissionais comprometidos com seus trabalhos e essencialmente com a profissão que escolheram.
                No sistema educativo, a avaliação da práxis se apresenta como uma alternativa para tomada de decisões pedagógicas. Cabe aos professores, buscarem, em sua prática educacional, alternativas metodológicas de desenvolver habilidades e competências de estar proporcionando aos seus alunos novos desafios, para incentivá-los a buscarem novas descobertas. Esta tarefa será mais facilitada se o professor lançar mão do lúdico em seu trabalho.
               Ao realizar o estagio por meio de estratégias metodológicas lúdicas foi observado um crescimento do interesse e participação da turma. O professor interessado em mudanças encontrará na proposta do lúdico uma metodologia ímpar, que contribuirá para diminuir os índices de fracasso e evasão escolar. Fundamental é o papel do pedagogo e do professor na difusão e aplicação dos recursos lúdicos. O professor ao se conscientizar das vantagens do lúdico, acabará adequando-o à sua práxis, de acordo com a necessidade e oportunidade.
               Já o pedagogo estará buscando de forma incessante ações educativas eficazes através do lúdico. Muitas são as atividades lúdicas que podem ser utilizadas em sala de aula ou em espaço adequado, como na brinquedoteca, por exemplo. Pode-se citar os softwares educativos; o desenhar; construir coletivamente; brincadeiras; jogos; danças; leituras; dramatizações; cantos; teatro de fantoches; modelagens; máscaras, dobraduras, dentre outras. Com estas ações, a aprendizagem se dá em um ambiente mais agradável, pautado na coragem e ousadia de professores e pedagogos, que não têm medo de sonhar.
                A escola transforma-se quando todos os saberes se põem a serviço do aluno que aprende, quando os sem-vez se fazem ouvir, revertendo a hierarquia do sistema autoritário. Esta escola torna-se, verdadeiramente popular e de qualidade e recupera a sua função social e política, capacitando os alunos para a participação plena na vida social, política, cultural e profissional na sociedade.
               Destarte, concluímos que as atividades lúdicas podem ser consideradas uma prática eficaz na superação das dificuldades no processo ensino-aprendizagem, pois é por meio dos jogos e das brincadeiras que muitos aspectos são desenvolvidos, contribuindo assim para um processo de aprendizagem eficaz e prazeroso.


REFERÊNCIAS

AQUINO, Julio (org). Erro e fracasso na escola. São Paulo, Summus, 1997.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília: A Secretaria, 1997.

GOLBERT, Clarissa Seligman. A experiência matemática na escola. In: V Jornada Curitibana de
Educação Infantil e Ensino Fundamental, Curitiba, Paraná, 1999.

ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e mudança. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1997.

VASCONCELOS, Celso dos S. Os desafios da Indisciplina em sala de aula e na escola.
Publicação: Série Idéias n.28. São Paulo: FDE, 1997.

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