terça-feira, 1 de novembro de 2011

A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NAS SÉRIES INICIAIS




A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NAS SÉRIES INICIAIS

Autor(es):




SANTOS, Tarciane Araújo dos; BANDEIRA, Silvana de Matos; LIMA,

Milene Conceição




Apresentador:

Tarciane Araújo dos Santos




Orientador:

Sidney Gonçalves Vieira




Revisor 1:

Paulo Quintana Rodrigues




Revisor 2:

Rosa Elane Antoria Lucas




Instituição:

Universidade Federal de Pelotas




A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NAS SÉRIES INICIAIS

DOS SANTOS, Tarciane Araújo
1*; BANDEIRA, Silvana de Matos 1; LIMA, Milene

Conceição
2; VIEIRA, Sidney Gonçalves 3.




1
Especialização em Geografia – Instituto de Ciências Humanas – UFPel

2
Especialização em Educação – Faculdade de Educação – UFPel

3
Doutor em Geografia – Departamento de Geografia – ICH – UFPel

Rua Alberto Rosa, 154 – CEP 96010-770. Pelotas – RS. * E-mail: anetarci@yahoo.com.br




1. INTRODUÇÃO




A cartografia permite ler e interpretar o espaço próximo ou distante através de

símbolos que se relacionam entre si, representando no papel um espaço reduzido, que

fornece ao leitor informações que o ajudarão a se localizar no espaço e a compreender

os diferentes espaços do mundo e suas dimensões. Esta temática deve ser trabalhada

já nas séries iniciais do ensino fundamental, através de jogos e brincadeiras

(MARTINELLI, 1998). Os conhecimentos cartográficos devem ser adquiridos em um

processo de alfabetização, o qual Simielli (1986) chama de “alfabetização cartográfica”.

Espaço é um conceito muito abstrato para uma criança e é a partir da sua

realidade, do seu espaço vivido, percebido e concreto que se deve começar o trabalho

com ela. As atividades necessitam partir do espaço próximo, do que é familiar para

após trabalhar com espaços mais distantes. Cabendo assim ao professor, a tarefa de

promover essas atividades, ajudando o aluno no desenvolvimento das noções espaciais

(ALMEIDA, 2001).

As primeiras atividades devem envolver o próprio corpo da criança, para que ela

se aproprie do espaço através dos sentidos (visão, tato e audição). Brincadeiras que

envolvam habilidades como pular, andar, engatinhar, brincar de roda, com a bola, com

cordas, entre outras. Nessas brincadeiras podem ser introduzidas algumas noções

geométricas, como a bola e a roda (círculo) e a corda (reta) (FURLAN, 2007).

O professor pode utilizar ainda diversas atividades para trabalhar os conceitos de

cartografia em sala de aula como maquetes, mapa do corpo, planta da sala de aula,

construção de uma bússola, trabalho com fotos, entre outros (ALMEIDA, 2001).

A alfabetização cartográfica é o objetivo básico das séries iniciais e ela propõe

atividades que desenvolvam as seguintes noções: pontos, linha, área, lateralidade,

orientação, localização, referências, noção de espaço e tempo (RIBEIRO

et al., 2001).




O objetivo principal foi identificar como alguns profissionais da educação

trabalham a alfabetização cartográfica nas séries iniciais em escolas públicas e

particulares do município de Arroio Grande – RS, visando observar a maneira realizada

e se esta condiz com a mais adequada.




2. MATERIAL E MÉTODOS




A metodologia empregada foi de acordo com uma linha de pesquisa quantitativa.

Foi realizada uma entrevista semi-estruturada, com questões abertas, tendo como

população alvo 10 professores sendo 8 de escolas públicas e 2 de escolas particulares.

A formação acadêmica dos professores foi de 10 professores com magistério (ensino

médio) e destes, 8 com graduação (ensino superior) e 2 sem graduação (ensino

superior). As séries de interesse em que a população alvo leciona foi de 1ª a 4 série.

Na coleta de dados, através da entrevista semi-estruturada, os professores

entrevistados responderam as seguintes questões: a) Que tipos de atividades são

propostas para o estudo de cartografia nas escolas? b) Os alunos realizam atividades

concretas de noções de espaço antes de começar a trabalhar com mapas

cartográficos? c) Como são trabalhadas em sala de aula as noções de espaço antes de

se trabalhar com mapas? d) Você já trabalhou com maquetes em sala de aula com os

alunos? e) Você já construiu alguma maquete com os alunos em sala de aula?

As informações coletadas foram analisadas pelo método de análise temática

(MINAYO, 1993).




3. RESULTADOS E DISCUSSÃO




Uma ampla diversidade de atividades são propostas para o estudo de cartografia

nas escolas (Figura 1), na qual a atividade mais utilizada com os alunos é o trabalho

com mapas que atinge uma porcentagem de 38%. Outras atividades também são

realizadas, como maquetes (16%) e vários jogos (16%).


Os alunos realizam algumas atividades concretas de noções de espaço antes de


começar a trabalhar com mapas cartográficos, na qual 70% dos professores

entrevistados afirmam que os alunos realizam atividades e que 30% não realizam

nenhuma atividade concreta.



As noções de espaço devem ser trabalhadas com recursos em sala de aula

antes de se trabalhar com mapas. Os principais recursos trabalhados são: com jogos

(23%) e com o lugar de vivência dos alunos (23%). Conforme mostra a figura 3, outros

recursos também são trabalhados, como com gravuras (18%), com o mapa do corpo

(12%) e com a localização (12%).

Todos os professores entrevistados afirmam que já trabalharam com diversos


tipos de maquetes em sala de aula com os alunos. A figura 4 mostra que destes

professores, 90% já construíram algum tipo de maquete com os alunos em sala de aula

e apenas 10% deles nunca construíram.


4. CONCLUSÕES




Investigar, enxergar, imaginar, desenvolver e construir o pensamento lógico

espacial são requisitos importantes para a alfabetização da linguagem cartográfica, já

que o conceito de espaço é muito abstrato para uma criança. Será a partir de sua

realidade e de forma concreta que o professor deverá trabalhar as noções espaciais em

sala de aula, proporcionando situações que ajudem seu aluno a desenvolver o

raciocínio, construindo seu conhecimento através de atividades práticas que envolvam

diversas habilidades que ajudem na organização mental do espaço geográfico. Sendo

assim, o aluno nas séries iniciais, antes de trabalhar com mapas, necessita saber

mapear, localizar, criar referências, símbolos e realizar atividades que o levem a

construção do conhecimento, porque é fazendo, criando e recriando que ele aprenderá

os conceitos cartográficos e geográficos.




5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




ALMEIDA, R. D. Do desenho ao mapa: Iniciação cartográfica na escola. São Paulo,

2001.

FURLAN, Sueli Ângelo. A Geografia na sala de aula: a importância dos materiais

didáticos. Disponível em: <www.tvebrasil.com.br/salto>. Acesso em 04 de janeiro de

2007.

MARTINELLI, Marcello. Técnicas quantitativas e cartografia: alguns comentários sobre

uma aplicação. São Paulo: Geociências, 1998.

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2.ed.,

São Paulo - Rio de Janeiro, Hucitec-Abrasco, 1993. 269p.

RIBEIRO, Luis Távora Furtado; MARQUES, Marcelo Santos. Ensino de história e

geografia. Fortaleza: Brasil Tropical, 2001.

SIMIELLI, Maria Helena. O mapa como meio de comunicação cartográfica: Implicações

no ensino de geografia do 1° grau. São Paulo: FFLCH/USP, 1986.

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